Fantasmas primitivos e superstições cibernéticas?
O Brasil é um país de contrastes.
Enquanto diplomatas do Itamaraty pretendiam explicar aos americanos do Departamento de Estado como funciona a reserva de mercado para fabricantes brasileiros de equipamentos de informática, políticos ilustres - entre os quais um governador, um ministro de Estado,
um prefeito e dois candidatos ao governo de um grande Estado da Federação - reuniram-se num ato público impressionante: o enterro da Mãe Menininha do Gantois.
Mãe Menininha do Gantois era a mais famosa sacerdotisa de cultos espíritas de origem africana, no Brasil. Sua morte foi pranteada por compositores de rock, romancistas cotados para o Prêmio Nobel, artistas plásticos respeitados, cantores de música popular, boêmios notórios e notáveis do poder das repúblicas Nova e Velha.
Seu enterro parou a vida de uma das maiores cidades do Pais, Salvador, capital da Bahia,ao som dos atabaques e sob os olhares comovidos de milhares de pessoas que se enfileiraram nas calçadas das ruas do centro da cidade, por onde o cortejo passou.
Diante do cortejo imenso e da importância política que presenças ilustres deram ao ato, resta-nos raciocinar sobre o imenso esforço de educação que é necessário para que o Brasil se transforme numa nação moderna, em condições de competir com os maiores países do mundo.
A importância exagerada dada a uma sacerdotisa de cultos afro-brasileiros é a evidência mais chocante de que não basta ao Brasil ser catalogado como a oitava maior economia do mundo, se o País ainda está preso a hábitos culturais arraigadamente tribais.
Na era do chip, no tempo da desenfreada competição tecnológica, no momento em que a tecnologia desenvolvida pelo homem torna a competição de mercados uma guerra sem quartel pelas inteligências mais argutas e pelas competências mais especializadas, o Brasil, infelizmente, exibe a face tosca de limitações inatas, muito dificilmente corrigíveis por processos normais de educação a curto prazo.
Enquanto o mundo lá fora desperta para o futuro, continuamos aqui presos a conceitos culturais que datam de antes da existência da civilização. (O Estado de São Paulo - 17/08/86)
http://www.colegio24horas.com.br/ogloboeducacao2006/abrirpdfdc.asp?p=000Portugues&s=3&a=td0012_3g20_20060608000000.pdf
Enquanto diplomatas do Itamaraty pretendiam explicar aos americanos do Departamento de Estado como funciona a reserva de mercado para fabricantes brasileiros de equipamentos de informática, políticos ilustres - entre os quais um governador, um ministro de Estado,
um prefeito e dois candidatos ao governo de um grande Estado da Federação - reuniram-se num ato público impressionante: o enterro da Mãe Menininha do Gantois.
Mãe Menininha do Gantois era a mais famosa sacerdotisa de cultos espíritas de origem africana, no Brasil. Sua morte foi pranteada por compositores de rock, romancistas cotados para o Prêmio Nobel, artistas plásticos respeitados, cantores de música popular, boêmios notórios e notáveis do poder das repúblicas Nova e Velha.
Seu enterro parou a vida de uma das maiores cidades do Pais, Salvador, capital da Bahia,ao som dos atabaques e sob os olhares comovidos de milhares de pessoas que se enfileiraram nas calçadas das ruas do centro da cidade, por onde o cortejo passou.
Diante do cortejo imenso e da importância política que presenças ilustres deram ao ato, resta-nos raciocinar sobre o imenso esforço de educação que é necessário para que o Brasil se transforme numa nação moderna, em condições de competir com os maiores países do mundo.
A importância exagerada dada a uma sacerdotisa de cultos afro-brasileiros é a evidência mais chocante de que não basta ao Brasil ser catalogado como a oitava maior economia do mundo, se o País ainda está preso a hábitos culturais arraigadamente tribais.
Na era do chip, no tempo da desenfreada competição tecnológica, no momento em que a tecnologia desenvolvida pelo homem torna a competição de mercados uma guerra sem quartel pelas inteligências mais argutas e pelas competências mais especializadas, o Brasil, infelizmente, exibe a face tosca de limitações inatas, muito dificilmente corrigíveis por processos normais de educação a curto prazo.
Enquanto o mundo lá fora desperta para o futuro, continuamos aqui presos a conceitos culturais que datam de antes da existência da civilização. (O Estado de São Paulo - 17/08/86)
http://www.colegio24horas.com.br/ogloboeducacao2006/abrirpdfdc.asp?p=000Portugues&s=3&a=td0012_3g20_20060608000000.pdf
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