terça-feira, 22 de setembro de 2009

Calendário de Festa Públicas - Ilê Axé Opo Afonjá (Set a Nov 2009)

27/09 - Primeiro Domingo de Oxalá
04/10 - Segundo Domingo de Oxalá
11/10 - Terceiro Domingo de Oxalá
12/10 - Exú
14/10 - Xangô
18/10 - Ayabá
19/10 - Ogun
21/10 - Oyá
25/10 - Oxum
26/10 - Olubajé
08/11 - Yemanjá
09/11 - 14 dias de Omolu
12/11 - Oxossi
15/11 - Ipeté de Oxum
16/11 - Iroko e Apaoká

Ilê Axé Opo Afonjá
Rua Direta de S. Gonçalo s/n
Cabula - Salvador-BA

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ilé Ase Opo Aganju - Festas de Out a Dez 2009

Outubro
29 quinta - Bori de Oxalá
30 sexta - Águas de Oxalá

Novembro
01 domingo - Oxalufã
08 domingo - Procissão de Oxalufã
15 domingo - Pilão de Oxaguiã
16 segunda - Exu
18 quarta - Gamela de Xangô
22 domingo - Àwon Àyaba
24 terça - Ogum
29 domingo - Iyá Kékéré
30 segunda - Olubajé

Dezembro
02 quarta - Oyá
06 domingo - Yemanjá
10 quinta - Oxossi
13 domingo - Ipeté
14 segunda - Irokô e Apaoká
16 quarta - Presente das Águas

Ilé Asé Opo Aganju
R. Saketê, 36 - Vila Praiana
Lauro de Freitas - BA
Tel +55 71 3378 2972

domingo, 20 de setembro de 2009

Mãe Hilda Jitolu a Candace do Ilê Aiyê



Euá colonaê didewá nagô, Agô agolonã, Eki maior didewá nijeô

Hoje a manhã do Curuzu no bairro da liberdade começa com o sol diferente sem o brilho de todos os dias é que a candace do Ilê Axé Jitolu partiu para o orum.

As candaces são rainhas mães, mulheres de sangue real, corajosas, guerreiras que ocuparam posições proeminentes, status importantes, funções políticas, sociais e culturais assumindo a totalidade do poder durante três gerações sucessivas no Reino Império de Cush e aqui no Brasil especificamente na Bahia, Curuzu, Senzala do barro preto uma importante candace aos 86 anos, deixou mais de cem filhos e filhas-de-santo e um legado de sabedoria não só para sua família biológica e religiosa como para o mundo.

Ontem dia 19.09 faleceu a matriarca do Bloco Afro Cultural Ilê Aiyê Hilda Dias dos Santos, mãe preta, dona Hilda, mãe Hilda Jitolu assim muitas pessoas conheciam esta yalorixá que nasceu no bairro de Brotas, em Salvador. Casou-se com Waldemar Benvindo dos Santos e teve cinco filhos, entre eles, Antônio Carlos dos Santos, ( Vovô Presidente do Ilê) Dete Lima e Vivaldo diretores da instituição.

Aos vinte anos de idade mãe Hilda foi convocada pelos orixás a trilhar o seu odu religioso e, nove anos depois, fundou o terreiro Ilê Axé Jitolu o qual comandou a mais de 50 anos.

Uma mulher decidida nos momentos importantes, acolhedora,observadora ,incentivadora dos projetos culturais e guardiã dos conhecimentos ancestrais, assim podemos definir yá Jitolu.

Outra contribuição importante desta sacerdotisa foi a fundação da Escola Mãe Hilda Jitolu em 1988 um espaço educacional que preserva os saberes da cultura africana para além do sagrado e eleva a auto- estima não só das crianças como das famílias na comunidade.

Esta candace teve um papel fundamental na reconfiguração identitária do povo do curuzu e da comunidade negra ,pois em 1974 quando o bloco Afro Cultural Ilê Aiyê saiu da senzala do barro preto na Liberdade e desfilou no carnaval de Salvador com uma conotação positiva dos afro descentes, reafirmando o seu grupo de pertencimento e visão de mundo.Mãe Hilda com o seu axé e sob a sabedoria de Obaluê abriu caminhos para o mais belos dos belos de casa de taipa tornasse concreto e fosse reconhecido mundialmente o que hoje chamamos de Centro Cultural Senzala Do Barro Preto .

Como na canção a força do ilê , força essa que não seria apenas do Ilê Aiyê mas também da yalorixá que com os seus saberes e orientação espiritual transformou-se em uma referência para o povo de axé no estado da Bahia.

A atuação desta líder religiosa na comunidade é uma reafirmação da importância do papel das mulheres negras como principais baluartes na luta pela discriminação racial e cidadania do povo negro.

Sendo assim a nossa candace parte para o mundo invisível deixando além de muitas saudades os frutos para as próximas gerações mojúbà ,Olorum modupé,kalofé, motumbá, mucuiu yá Hilda Jitolu.

Ana Paula Fanon é Repórter, Produtora Cultural e ex-dançarina do Ilê Aiyê

Eu, Mulher Negra, Resisto-Alzira Rufino

Juventude Coletivo de Entidades Negras

Negras Jovens Feministas

wwwliteraturasubversiva.blogspot.com

paulapfanon@hotmail.com

71 8793 0000

71 9281 1382

sábado, 19 de setembro de 2009

Mãe Hilda do Ilê

Noticiamos com imensa tristeza o falecimento de Mãe Hilda do Ilê, Mãe de Vovô, Mãe do Curuzu e da Liberdade de todos nós.

O sepultamento será na manhã deste domingo, no Jardim da Saudade.

Nossos agredecimentos à Mãe Preta Hilda de Jatoli...

"...se não fosse você, como iria ser...Sem você não haveria..."

A benção

Ailton Ferreira

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Artigo "Uma dupla consciência": Estratégias no combate ao "racismo científico" em PDF


O artigo apresentado ontem no seminário Preconceito na Fala, Preconceito na Cor, na Associação Protetora dos Desvalidos, está disponível para download:

http://svn.br.inter.net/5star/blogs/DuplaConsciencia.pdf

Este trabalho analisa as estratégias usadas por Manuel Raimundo Querino e Booker T. Washington para enfrentar as imagens negativas produzidas pelos cientificistas – inclusive fotografias antropométricas – com o objetivo de comprovar a suposta inferioridade da “raça negra”. Compara as imagens produzidas pelo naturalista Louis Agassiz no Brasil e nos Estados Unidos com as fotografias publicadas por Querino no seu trabalho “A raça africana e os seus costumes na Bahia”, entre elas, imagens de ialorixás do Gantois no estilo carte-cabinet. Também analisa fotografias de duas faculdades negras nos Estados Unidos, inclusive as imagens expostas na Exposé Nègre em Paris em 1900.


Para quem quiser se aprofundar sobre este tema, recomendamos a dissertação de Mestrado de Christianne Vasconcellos intitulada “O circuito social das fotografias da Gente Negra. Salvador 1860-1916”. Salvador, UFBA, 2006.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Seminário Preconceito na Fala, Preconceito na Cor


Local: Sociedade Protetora dos Desvalidos, Cruzeiro de S. Francisco, Terreiro de Jesus, Pelourinho (Salvador-Bahia)

Programação Definitiva


14 de setembro – segunda feira

14 às 14.30h – Credenciamento

14.30 às 14.40h – Composição da mesa – Profa. Antonia Santos

14.40 às 15.10h – Conferência de Abertura
Profa. Dra. Yeda pessoa de Castro – GEAALC/UNEB

15.10 às 15.40h – Palestra: “O direito ao nhem-nhem-nhém: o papel da legislação no combate ao preconceito contra as línguas indígenas"
Palestrante: Prof. Thiago Pires – UFBa

15.40 às 16.10h – Palestra: “Michele Obama: a pérola negra ocupante da Casa Branca dos Estados Unidos”
Palestrante: Dr. Pedro do Nascimento – SPD

16.10 às 16.30h – Perguntas e respostas – plenária

16.30 às 17.00h – Vivência floral
Profa. Voluntária – Raimunda Ramos Carneiro
Academia Sanguetsu de Vivificação pela Flor

17.00h – Confraternização – Degustação
Distribuição de cartilhas/ livros/revistas



15 de setembro – terça feira

14 às 14.30h – Credenciamento

14.30 às 14.40h – Composição da mesa – Dr. Pedro do Nascimento

14.40 às 15.10h – Palestra: Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

15.10 às 15.40h – Palestra: “Direito: Questões Raciais”
Palestrante: Prof. Dr. Samuel Vida

15.40 às 16.10h – Palestra: “Sentindo na própria pele as matizes dos preconceitos lingüístico e racial”
Palestrante: Profa. Antonia Santos

16.10 às 16.30h – Depoimento: “Como combater o preconceito nas escolas”
Depoente: Nilo Silva – UNEB

16.30 às 17.00h – Perguntas e respostas – plenária

17.00h – Distribuição de cartilhas/ livros/revistas



16 de setembro – quarta feira

14 às 14.30h – Credenciamento


14.40 às 15.10h – Palestra: “Algumas reflexões sobre o negro e o cinema”
Palestrante: Profa. Joceneide Cunha


15.10 às 15.40h – Palestra: “Uma dupla consciência: estratégias no combate ao racismo científico”
Palestrante: Profa. Sabrina Gledhill

15.40 às 16.10h – Palestra: “História e cultura indígena: diferents formas de vers, diferentes maneiras de pensar”
Palestrante: Prof. Francisco Guimarães


16.10 às 16.30h – Palestra: “O respeito pelas diferenças”
Palestrante: Frei Erivan


16.30 às 17.00h – Perguntas e respostas – plenária


17.00h – Agradecimentos / Propostas para o Seminário n.03
Distribuição de cartilhas/ livros/revistas
Encerramento – Aniversário da SPD

domingo, 13 de setembro de 2009

Estatuto da Igualdade Racial aprovado

* Carlos Santana consegue aprovar Estatuto da Igualdade Racial*

* *

*Brasília,9 de setembro de2009:* Comissão chega a acordo para aprovar
Estatuto da Igualdade Racial.Reunião da comissão especial criada para
analisar o projeto de lei do Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/05,
do Senado) aprova estatuto da Igualdade racial em caráter conclusivo. O
presidente da comissão, deputado Carlos Santana (PT-RJ), disse que,
"após 121 anos de abolição da escravatura, os negros vão deixar de ser
apenas dois artigos na Lei Áurea", o que ele considera um avanço.As
alterações feitas no estatuto ,de acordo com Carlos Santana (PT-RJ), não
têm importância. "O reconhecimento é o máximo, sempre se tentou esconder
os 350 anos de escravidão. A construção vai ser no dia-a-dia", afirmou.
O relator, deputado Antônio Roberto (PV-MG), informou que os
integrantes do colegiado chegaram a um acordo para a votação de seu
substitutivo.Antônio Roberto disse que fez algumas modificações na
redação, sem alterar o principal do projeto. Ele retirou a expressão
"igualdade" no dispositivo que trata da contratação de atores negros em
produções artísticas e na publicidade oficial.

*Quilombos *


Também foi retirado o artigo que prevê a regularização de terras para
remanescentes de quilombos, um dos pontos mais questionados do projeto,
pois, segundo ele, esse ponto já está regulamentado em outras normas legais.
O presidente da comissão, deputado Carlos Santana (PT-RJ), explicou que
o estatuto conta com 70 artigos- que determina o livre culto das
religiões de matrizes africanas,e tipifica os problemas de saúde
inerentes a raça negra, como por exemplo: anemia falciforme.

-O Congresso Nacional levou 14 anos para dar esse salto de qualidade
votando o Estatuto da Igualdade Racial entenderam que todos somos
iguais não interessando a etnia, raça e ou cor.



p/assessoria de imprensa;Rosângela Soares

21-99316265-carlossantanapt@uol.com.br
uol.com.br>

61-32155286

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Colóquio celebra os 50 anos do CEAO, nos dias 29 e 30 de setembro de 2009

Colóquio Centro de Estudos Afro-Orientais: 50 Anos de estudos africanos, afro-brasileiros e asiáticos na Bahia. 29 e 30 de setembro de 2009

O Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) completa, em 2009, 50 anos de dedicação à pesquisa e ação comunitária na área dos estudos afro-brasileiros e das ações afirmativas em favor das populações afro-descendentes, bem como à área dos estudos das línguas e civilizações africanas e asiática. A relevância do Centro de Estudos Afro-Orientais é amplamente reconhecida no plano nacional e internacional. Seu pioneirismo nas missões de estudo e intercâmbio com países da África antecipou as iniciativas recentes do governo brasileiro e das agências de fomento à pesquisa (Capes, CNPq) de estímulo às conexões entre o Brasil, a África e a Ásia. O Colóquio CEAO: 50 ANOS tem o intuito de propiciar a ampliação de diálogos e debates entre p esquisador@s brasileir@s e estrangeir@s sobre as culturas africanas e sobre as relações etnicorraciais, e estimular a reflexão sobre o futuro do CEAO como referência na área dos estudos étnicos e africanos no contexto local e global.

PROGRAMAÇÃO

DIA 1 – TERÇA, 29 DE SETEMBRO 2009

15:00 h - ABERTURA

HOMENAGEM AOS EX-DIRETORES E EX-FUNCIONÁRIOS DO CEAO

16:00 h. - Conferência de Abertura

Título: O CAMPO DOS ESTUDOS AFRICANOS NO BRASIL

Conferencista: Prof. Kabenguelê Munanga (Centro de Estudos Africanos - USP)

LOCAL: Anfiteatro da Faculdade de Medicina da Bahia – UFBa (TERREIRO DE JESUS – Centro Histórico)

. 18:00 h.- DESCERRAMENTO DE PLACA COMEMORATIVA

. 18:30 h. - LANÇAMENTOS

. ÁFRICA NEGRA. História e Civilizações,Tomo I., de Elikia M’bokolo;

. O Poder dos Candomblés. Perseguição e Resistência no Recôncavo da Bahia, de Edmar Ferreira Santos;

. Martiniano Eliseu do Bonfim. Um Príncipe Africano na Bahia. Cadernos da Memória, Volume 1, de Marcos Santana;

. Revista Afro-Ásia n.38;

. Mapeamento dos Terreiros de Salvador (CD), Jocélio Teles dos Santos (Coord.).

LOCAL: AUDITÓRIO MILTON SANTOS – CEAO (Lgo. 2 de Julho)

DIA 2 – QUARTA, 30 DE SETEMBRO 2009

9:00 h. – Exibição seguida de debate do Filme "Agostinho da Silva - Um pensamento vivo" de João Rodrigo Mattos - 2006 - (Brasil-Portugal) - 96 min. Filme documentário realizado pelo neto do fundador do CEAO, apresenta o percurso biográfico do humanista português, retratando desde sua infância, passando pelas obras que escreveu durante seu auto-exílio de 25 anos no Brasil, e indo até sua morte, em Portugal, em 1994.

11:00 h. – Mesa Redonda – A UNIVERSIDADE E AS POLÍTICAS PARA AS COMUNIDADES NEGRAS

12:30 h. - ALMOÇO

14:00 h: Mesa Redonda - OLHARES SOBRE O BRASIL E A BAHIA – Prof. Eakin Marshall (Associação de Estudos Brasileiros; Vanderbilt University), Prof. Yussuf Adam (Univ. Eduardo Mondlane, Moçambique) e Prof. Ralph Cole Waddey (Mestre em Economia e Estudos Latino-americanos, University of Florida; pesquisador da música brasileira).

16:00: Conferência de Encerramento – Percepções da Bahia do final do Século XX: A Conexão CEAO

Conferencista: Prof. Anani Dzidzienyo (Africana Studies, Portuguese Brazilian Studies, Brown University – USA)

18 HS – COQUETEL (Carurú)

LOCAL: Anfiteatro e área externa da Faculdade de Medicina da Bahia – UFBa (TERREIRO DE JESUS – Centro Histórico)

REALIZAÇÃO: CEAO - UFBA

APOIO:

FAMED - UFBA

FFCH – UFBa

PATROCÍNIO:

FAPESB

Fundação Pedro Calmon

BAHIAGÁS

DESENBAHIA

PETROBRÁS

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Parabéns!!

Foto: Mario Cravo Neto

Parabéns, iyá, minha querida iyalorisa, pelo Doutorado Honoris Causa concedido hoje pelo UNEB. Com muito carinho e Asé de sua filha, Wará Omin.

A Tarde

Mãe Stella recebe título de Doutor Honoris Causa da Uneb


Nesta quinta, em cerimônia que começa às 9h30, no auditório da Uneb, no Cabula, a ialorixá Mãe Stella de Oxóssi, vai receber o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Mãe Stella, uma das mais conhecidas sacerdotisas do candomblé baiano, festeja esta semana seus 70 anos de iniciação religiosa.


O título da Uneb é mais uma honraria que vem se somar às conquistadas por Mãe Stella. Ela já foi agraciada com a Medalha Maria Quitéria, da Câmara Municipal de Salvador; a da Ordem do Cavaleiro, do governo da Bahia; comenda do Ministério da Cultura, além do título de Doutor Honoris Causa, da Ufba, concedido em 2005.


A homenagem foi sugerida pelas professoras da Uneb, Yeda Pessoa de Castro, Márcia Rios, Norma Lopes e Rosa Helena Blanco, integrantes do Departamento de Ciências Humanas da Uneb. A proposta para o título foi formalizada no Conselho Superior Universitário (Consu) pelo diretor do departamento, Egnaldo Pellegrino.


A principal justificativa para o título é o reconhecimento pela trajetória da ialorixá em defesa da sua herança cultural afro-brasileira que é a mesma de grande parte dos baianos.


“A trajetória de Mãe Stella tem grande relevância para a academia e a sociedade já que, como líder religiosa, foi importante defensora da cultura de matriz africana. A concessão desse título é mais uma iniciativa que reforça essa missão da nossa Uneb de promover a igualdade étnica e social", destaca o reitor da Uneb, Lourisvaldo Valentim.


A Uneb concede o titulo de Doutor Honoris Causa a pessoas que tenham se distinguido de forma significativa por seus conhecimentos ou atuação em defesa das artes, ciências, filosofia ou melhor entendimento entre os povos.


A professora Yeda Pessoa de Castro, que fez parte do grupo de docentes autores da sugestão para que Mãe Stella recebesse o título, afirma que a yalorixá se destaca não só pela defesa da sua religião, mas também na luta em prol do respeito à diversidade.


“Além disso, ela tem escrito vários livros onde aborda a ética das suas tradições religiosas e ao mesmo tempo defende também a natureza, afinal as religiões afro-brasileiras são religiões ecológicas“, diz.


Mãe Stella é autora de E daí Aconteceu o Encanto, escrito em parceria com Cléo Martins e publicado em 1988; Meu Tempo é Agora (1993); Oxóssi, o Caçador de Alegrias (2006), Owé- Provérbios, lançado em 2007 e Epé Laiyé- Terra Viva, publicado este ano e voltado para o público infanto-juvenil.


Outras comemorações- Além do título de Doutor Honoris Causa, Mãe Stella vai receber homenagens no Ilê Axé Opô Afonjá. A programação, organizada pela Sociedade Cruz Santa do Axé Opô Afonjá, inclui, no próximo sábado, inauguração da Praça Mãe Stella no terreiro, pela manhã, e à noite uma festa em homenagem a Oxóssi.


Aos 84 anos, Mãe Stella está há 33 à frente do Ilê Axé Opô Afonjá. Ela é a quinta ialorixá a ocupar o comando do terreiro que completa 100 anos em 2010. Enfermeira aposentada, Mãe Stella foi a responsável pela instalação no Afonjá do Museu Ohun Lailai e da Escola Eugênia Anna dos Santos, que é uma das referências no ensino de História da África e Cultura Afro-Brasileira.


Ela também foi a líder de um manifesto, divulgado na década de 1980, onde defendia que o candomblé firmasse a sua posição como religião.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

UNEB concede título de Doutor Honoris Causa a Mãe Stella de Oxóss


HONRARIA MÁXIMA
UNEB concede título de Doutor Honoris Causa a Mãe Stella de Oxóssi, em reconhecimento à sua trajetória de luta pela Igualdade Racial e Direitos Humanos - Solenidade vai reunir autoridades, lideranças negras e religiosas e comunidade acadêmica - Dia 10/setembro, em Salvador

A líder religiosa e incansável defensora da preservação da cultura africana, Maria Stella de Azevedo Santos, conhecida como Mãe Stella de Oxóssi, receberá da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) uma das mais raras honrarias da instituição: o título de doutor honoris causa.

A solenidade de concessão do título, aberta ao público externo, acontece no dia 10 de setembro, às 9h30, no Teatro UNEB, no Campus I da universidade, em Salvador.

Estão entre os convidados da cerimônia, o ministro da Cultura (MinC), Juca Ferreira; o governador do estado, Jaques Wagner; os secretários estaduais de Educação (SEC), Osvaldo Barreto, e de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), Valmir Assunção; a presidente do Instituto Geográfico e Histórico (IGH) da Bahia, Consuelo Pondé; o fundador da Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos (o Vovô do Ilê), além de parlamentares, lideranças negras e religiosas e representantes de movimentos sociais.

A homenageada considera uma surpresa agradável a lembrança de seu nome e o reconhecimento ao seu trabalho.

Fico muito gratificada por perceber que aqueles que produzem estão sendo valorizados. É um sinal de que estamos no caminho certo, o que me estimula a continuar trabalhando e contribuindo para a educação e a cultura baiana”, diz Mãe Stella.

Segundo o reitor da UNEB, Lourisvaldo Valentim, a concessão desse título é um reconhecimento da comunidade acadêmica da universidade pelo legado cultural construído pela famosa ialorixá.

A trajetória de Mãe Stella tem grande relevância para a academia e a sociedade, já que, como líder religiosa, foi importante defensora da cultura de matriz africana. A concessão desse título é mais uma iniciativa que reforça essa missão da nossa UNEB, de promover a igualdade étnica e social", pontua Valentim.

Honoris Causa

O título de Doutor Honoris Causa é concedido à personalidade que tenha se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos.

Esta será a quarta vez que UNEB concede a honraria. O primeiro agraciado foi Thabo Mbeki, que em 2000, ano da homenagem, era o presidente em exercício da República Federativa da África do Sul. Em 2008, Abdias do Nascimento, dramaturgo e ativista político, foi também honrado com o título. O terceiro homenageado foi o historiador e escritor baiano Luís Henrique Tavares, que recebeu o título em março de 2009.

Mãe Stella de Oxóssi teve o nome sugerido pela consultora técnica do Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens (Ppgel) da universidade, Ieda Pessoa. A proposta foi formalizada no Conselho Superior Universitário (Consu) da UNEB pelo diretor do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus I, Egnaldo Pellegrino.

“Mãe Stella tem lutado incansavelmente pela resistência e preservação da cultura africana. Suas obras tem se posicionado contra a exploração comercial dos costumes iorubás, e disseminado a língua matricial desse povo”, explica Ieda.

Para Egnaldo Pellegrino, é de suma importância que a UNEB, uma universidade pioneira nas políticas de valorização da cultura afro-descendente, premie o trabalho desenvolvido pela filha de Oxóssi.

Vida e obra

Maria Stella de Azevedo Santos nasceu em Salvador, em 2 de maio de 1925, e tornou-se iyalorixá do Ilê Axé Opó Afonjá em 11 de junho de 1976, passando a ser a quinta sacerdotisa do Candomblé de São Gonçalo do Retiro.

A iyalorixá é respeitada em todo território nacional, realizando palestras e participado de seminários sobre a cultura afro-descendente. Em 2001, ganhou o prêmio jornalístico Estadão, na condição de fomentadora de cultura.

Mãe Stella é graduada pela escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (Ufba), com especialização em Saúde Pública, e exerceu a profissão por mais de trinta anos como funcionária pública do estado.

A enfermeira também se destacou por ter sido a primeira iyalorixá, de um terreiro tradicional, a combater o sincretismo religioso com a Igreja Católica.

Em 1980, fundou o primeiro museu de um terreiro de candomblé: o Ohun Lailai. É também a presidente emérita do Instituto Alaiandê Xirê, do qual foi a fundadora. É ainda detentora da comenda Maria Quitéria, da prefeitura de Salvador, da Ordem do Cavaleiro, do governo estadual, e da comenda do Ministério da Cultura (MinC).

Entre as obras publicadas por Mãe Stella, destacam-se o E daí aconteceu o encanto, de 1988; o Meu tempo é agora, de 1993; Lineamentos da religião dos orixás - memória de ternura, de 2004; Osósi - o caçador de alegrias, de 2006; e Owé - provérbios, de 2007.

Informações: Cerimonial da UNEB - Tel.: (71) 3117-2427.

“Seminário: Preconceito na fala, preconceito na cor”

Clique na imagem para visualizar melhor

“Seminário: Preconceito na fala, preconceito na cor

Programação

14 de setembro – segunda feira

15 de setembro – terça feira

16 de setembro – quarta feira

Horário : 14 às 17 h

Local - Sociedade Protetora dos Desvalidos

Largo do Cruzeiro do São Francisco - Centro Histórico do Salvador

Inscrição: preconceitonafalaenacor@bol.com.br

Os organizadores do evento querem uma identidade e um nível de igualdade entre as pessoas, independente da cor, que caracteriza as mais variadas formas de preconceito, seja linguístico, racial, religioso ou social.

Se não fosse a imagem estereotipada e deturpada da África, tão divulgada pelos meios de comunicação, limitando-se a guerras, crianças subnutridas, fome, miséria, doenças, safári..., poderíamos nos situar noutro patamar, onde a verdade e a união de culturas já fizessem parte das nossas vidas.

Nesse seminário, estaremos ouvindo e presenciando fatos e histórias, revisando memórias e percebendo quais os meios que temos para mostrarmos e vivenciarmos o passado num presente alegre, real e atual.


Contamos com sua presença!

Mais informaçoes no blog falaneguinhofala.blogspot.com