sábado, 30 de abril de 2011

FESTA DA LAVADEIRA (PERNAMBUCO)

NOTA DE APOIO À FESTA DA LAVADEIRA E DE
REPÚDIO À SEGREGAÇÃO DA CULTURA POPULAR DE PERNAMBUCO

A FESTA DA LAVADEIRA VAI ACONTECER!

Maracatu Rural na Festa da LAvadeira. Acervo Lavadeira


As organizações da sociedade civil, redes, fóruns, partidos, cidadãs e cidadãos abaixo assinados vêm publicamente REPUDIAR a ação da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho que, através da Lei Municipal 2.062, de 20 de dezembro de 2010, estabeleceu limitações infundadas à presença da população na área denominada Loteamento Reserva do Paiva, na Praia do Paiva. No local, há 25 anos acontece a Festa da Lavadeira, que reúne o povo trabalhador, artistas e grupos da cultura popular de Pernambuco e de estados vizinhos, bem como representações das religiões de matrizes africana e indígena, com o objetivo de celebrar o dia 1º de Maio e render homenagens às forças da natureza.

Através da legislação supracitada, que fere frontalmente os direitos humanos, tanto no que se refere à dimensão dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais manifestados na expressão da cultura popular e na vivência religiosa, quanto no tocante à dimensão Civil e Política que assegura o direito de ir e vir e fruir do espaço público, o poder público municipal aprovou ato de SEGREGAÇÃO em relação ao público da Festa da Lavadeira, constituído, em sua grande maioria, por mulheres e homens da classe trabalhadora. Esta atitude de APARTHEID não tem como objetivo a preservação do meio ambiente,  mas a preservação do poder econômico privado, representado pela construtora Odebrecht e pelo Grupo Brennand, que exploram economicamente a área com a construção de um complexo imobiliário destinado a milionários.

REPUDIAMOS este ato de covardia do poder público que se dobra ao poder do dinheiro, permitindo a desfiguração do litoral pelos empreendimentos imobiliários que, estes sim, poluem o meio ambiente;

 REPUDIAMOS a SEGREGAÇÃO do povo pernambucano e de sua cultura popular de origem negra e indígena no espaço público da Praia do Paiva, precisamente no Ano Internacional dos Afrodescendentes nas Américas.

 REPUDIAMOS a CRIMINALIZAÇÃO dos meios de acesso da população trabalhadora, tal como ônibus, dos meios de geração de renda – venda de alimentação na praia, e até do lazer – utilização de bóias feitas de câmara de ar – todas condutas tipificadas e interditas pelo poder público municipal na referida lei.

 EXIGIMOS do Poder Público Estadual e Federal e do Ministério Público Estadual e Federal que assumam suas responsabilidades no que tange ao cumprimento da legislação que resguarda a Festa da Lavadeira como patrimônio cultural e imaterial, garantindo à população o exercício de seus direitos e coibindo quaisquer atos de SEGREGAÇÃO, como contrários à normativa internacional de direitos humanos, à Constituição Federal e à normativa interna.

EXIGIMOS mais precisamente do governo do Estado que assuma suas responsabilidades com a garantia da manifestação popular na Festa da Lavadeira. O povo vai à Festa, ela vai acontecer, como em todos os anos, reunindo dezenas de milhares de pessoas, o que dispensa realçar os desdobramentos negativos que podem vir a ocorrer caso o governo do Estado não assuma plenamente suas prerrogativas institucionais e políticas neste processo, garantindo segurança às famílias que para lá se destinam e a infraestrutura mínima necessária à magnitude da Festa. Justamente no Ano Internacional dos Afrodescendentes nas Américas, Pernambuco não pode ser vítima de tamanha discriminação, banindo a maior manifestação de cultura afrodescendente do Brasil.

CONCLAMAMOS a população a se manifestar contra a privatização do espaço público e a discriminação da cultura popular. Conclamamos a população e seus setores organizados a defenderem também a Festa da Lavadeira, como patrimônio do nosso povo e instrumento vivo de expressão de nossas identidades.

TODOS À FESTA DA LAVADEIRA!

Primeiras subscrições
Observatório Negro – MNDH/Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNU/Movimento Negro Unificado - Sociedade das Mulheres de Terreiro de PE - Associação dos Afoxés de PE - INTECAB/Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira – ABB/Aliança de Batistas do Brasil - Afoxé Yle de Egbá - Maracatu Rosa Vermelha - Leo D`Oxalá - Ilê Obá Aganjú - Afoxé Alaxé - Mãe Elza de Yemoja - Quilombo Cultural Malunguinho - Afoxé Filhos de Xangô - Ile Asé Egbé Awo - Afoxé Alafin Oyó - Terreiro de Mãe Amara - Ilé Asé Sangó Ayrá Iboná - Coco Chinelo de Iaiá - Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo - Associação Festa da Lavadeira - Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (ABRAÇO) -  Boi da Mata/UR7 - Assoc. Moradores da Comunidade Entra a Pulso - Comunidade de Pescadores de Barra de Jangada - FERU/ Fórum de Reforma Urbana –– FLGBT/Fórum Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais – FDDCA/Fórum Defesa Criança e Adolescente - FOPECOM/Fórum Pernambucano de Comunicação – Fórum de Mulheres de PE – CSP CONLUTAS – CTB – CUT – UGT – SIMEPE/Sindicato dos Médicos de Pernambuco – DADFSC/Diretório Acadêmico de Direito da UNICAP - MESPE/Movimento Ecossocialista de Pernambuco - Salve Maracaípe -  Revista Zena - Associação Amigos do Meio Ambiente de Ipojuca - Sintonia Comunicação – APPS/Associação Pernambucana das Profissionais do Sexo - Deputado Estadual Oscar Paes Barreto (PT) - Deputado Federal Fernando Ferro (PT) - Deputado Federal João Paulo (PT) - PSOL/Partido Socialismo e Liberdade.



Lia de Itamaracá na Festa da Lavadeira (Foto: Roberta Guimarães/Acervo Lavadeira)


 Caboclinho Caetés de Goiana. (Acervo Lavadeira)



Conheça a Festa da Lavadeira:

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Folhas e Rezas

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Museu Afro Brasil celebra centenário de Carybé

Agência Estado
Para homenagear o centenário de nascimento do mais baiano dos artistas, o Museu Afro Brasil, em São Paulo, inaugura hoje duas exposições: "Grande Mural dos Orixás - Carybé" e "Deuses DÁfrica - Visualidades Brasileiras". Carybé, como era conhecido o pintor, desenhista, escultor, ceramista e muralista Hector Julio Páride Bernabó, nasceu em Lanús, na Argentina, em 7 de fevereiro de 2011, mas, após passagens por outras cidades brasileiras e da América do Sul, se fixou em Salvador em 1950 e se naturalizou brasileiro sete anos mais tarde. Foi na capital baiana que o artista se encantou pela cultura e religiosidade do povo da Bahia, inspirações para suas principais obras . Carybé morreu em Salvador, em 2 de outubro de 1997. A abertura das mostras, cuja curadoria foi feita pelo artista plástico Emanoel Araujo, diretor-curador do museu, será realizada às 19h30 e elas ficarão em cartaz até 29 de maio.

Além de pinturas, relevos, esculturas e esboços que marcaram a trajetória do artista, a exposição "Grande Mural dos Orixás - Carybé" traz 19 painéis que representam os deuses africanos no Candomblé da Bahia. Esses deuses estão entalhados em pranchas de cedro com três metros de altura, que levam ainda incrustações de ouro, prata, búzios da costa, cobre, latão, vidros e ferro, conforme a simbologia de cada um deles no culto. As obras pertencem à coleção do Banco do Brasil BBM S/A, em comodato no Museu Afro Brasileiro da Universidade Federal da Bahia.

Já a mostra "Deuses dÁfrica - Visualidades Brasileiras" reúne trabalhos de artistas
brasileirosque têm como tema a representação das divindades da religiosidade africana, como Mario Cravo Junior, Osmundo Teixeira, Zélia Pólvoa e Reginaldo Xavier. Para representar a arte dos terreiros, esculturas, objetos e bonecas sagradas também foram trazidas do interior do centenário Ilê Opó Afonjá, tombado PatrimÃ?nio Histórico e o mais antigo terreiro de Candomblé, fundado em 1910.

Museu Afro Brasil - Avenida Pedro Alvares Cabral, s/n - Parque Ibirapuera - Portão 10. Tel.: (11) 3320-8900. De terça-feira a domingo, das 10 horas às 17 horas. Entrada Gratuita.

sábado, 16 de abril de 2011

No outono da vida

Maria Stella de Azevedo Santos
O Outono chegou! Engraçado…Vi e ouvi propagandas de Festival de Inverno, Festival de Verão, escolas festejando o Dia da Primavera, mas nenhuma comemoração para a chegada da estação das folhas secas, que se desprendem das árvores e caem na terra – o Outono. Por que será? Perguntei-me. E me dei conta que, perto de completar 86 anos, experimento o outono da vida. Entretanto, não é porque as folhas caem, que os velhos devem se permitir cair também, pois a filosofia yorubana nos ensina: “Ìbè.rè. àgba bi a ánànò ló ri”, que quer dizer, “mesmo quando o velho curva o corpo, ainda continua de pé”.
O religioso tem por obrigação prestar atenção à sucessão das estações, uma vez que elas marcam o ritmo da vida e as etapas do desenvolvimento humano. O Inverno, ligado ao elemento água, refere-se à infância; a Primavera, estação das flores, mostra a fluidez do ar e da juventude; o Verão, a intensidade do sol, símbolo do fogo, demonstra o auge do dinamismo e atuação na vida, características do adulto; o Outono – crepúsculo vespertino – que está ligado ao elemento terra, é a luminosidade do sol e do velho que vai aos poucos se escondendo e se aproximando do horizonte.
Há tempos atrás, não se constituía em problema usar as palavras velhice e velho, pois elas apenas se referiam a uma das etapas do desenvolvimento  dos seres vivos. Atualmente, isso é “politicamente incorreto”. É como se fosse uma desvalorização dessa etapa de vida, chegando ao ponto de se tornar um adjetivo pejorativo. Resolveram adotar a expressão “melhor idade”.
Entretanto, será que existe alguma idade que seja melhor que a outra? Na infância, temos a alegria da criança, acompanhada, no entanto, de uma fragilidade, que deixa os adultos em constante atenção. Na adolescência, o caráter espontâneo não deixa de vir acompanhado de uma coragem inconsequente. Na maturidade, se é dono da própria vida e se carrega, no entanto, o peso da responsabilidade. Na velhice, a tranqüilidade decorrente do acúmulo das experiências vividas é gratificante, energia física, porém, não é mais a mesma – falta “pique”. Percebe-se, assim, que em todas as fases sempre existe uma lacuna. É como diz um dos ditados que os velhos gostam de usar, a fim de passar sua sabedoria para os mais novos: “Na mocidade temos vitalidade e tempo, mas não temos autonomia nem dinheiro; na fase adulta, temos vitalidade e autonomia, mas não temos tempo; na velhice, temos tempo e dinheiro, mas não temos vitalidade.
O candomblé é considerado uma religião primitiva. Geralmente, isso é dito com um sentido de desvalorização. Contudo, uma religião é tida como primitiva por ser de origem primeira, original, vinda desde os primeiros tempos. Na referida religião, como em muitas outras de procedência oriental, e nas tribos indígenas, o velho é muito valorizado, ele é considerado um sábio, tendo uma condição de destaque e respeito.
Na cultura yorubana, o velho é um herói, pois conseguiu vencer a morte, que nos procura e ronda todos os dias. Ele tem sempre a última palavra, a qual não deve ser contestada. Tanto que é comum em África, a pessoa que ainda não completou 42 anos se manter calada durante as assembléias comunitárias, a fim de exercitarem a importante arte de ouvir. No candomblé, tentamos seguir a tradição que herdamos e ensinamos aos iniciantes essa difícil arte. Mesmo que o iniciante se ache com razão, ele tem o dever de ouvir o mais velho de cabeça baixa e pedir a benção, por respeito. Todavia, não lhe é negado o direito, de em momento outro, justificar-se.
Não está fácil manter a tradição hierárquica de respeito ao mais velho: enquanto para o candomblé “antiguidade é posto”, fora dos nossos muros, os mais novos, que vivem em uma sociedade imediatista, não querem ou não conseguem encontrar tempo para ouvir experiências que um dia terão que enfrentar. Até porque os pertencentes à classe da “melhor idade”, não se disponibilizam  mais a assumir o papel de transmissores de conhecimento, pois esta característica deixou de ser valorizada na sociedade atual.
Não quero dizer com isso que o idoso deve recolher-se, deixando de aproveitar a vida, já que quando jovem aprendi com minha Iyalorixá que “a vida é boa e gozá-la convém”. Para o bem da sociedade, o povo yorubá diz: “ola baba ni imú yan gbendeke”, mostrando que “é a honra do pai que permite ao filho caminhar com orgulho”. E eu digo: Todo pai é um mestre e todo filho é um discípulo!
Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá

Fonte: Mundo Afro  - A Tarde

sábado, 9 de abril de 2011

Nota da ANPUH no caso: Estudante baiano abandona universidade após denunciar agressão e racismo de PMs

NOTA DE REPÚDIO

A ANPUH – Associação Nacional de História vem tornar público o seu repúdio e sua indignação em relação aos episódios lamentáveis ocorridos com o estudante do curso de História da Universidade Federal dos Pampas (UNIPAMPA), campus de Jaguarão, Helder Santos, vítima de preconceito, agressão e ameaças de conteúdo racista vindas de membros da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, atuantes naquela cidade.
            Solicitamos providências por parte do governo do Estado do Rio Grande do Sul e do comando da Brigada Militar, no sentido de serem identificados e punidos os autores das referidas agressões e ameaças.
            Solicitamos ainda que tanto o governo gaúcho, quanto a direção da Universidade envidem esforços no sentido de garantir o retorno do aluno a suas atividades acadêmicas, evitando que ele perca assim seu curso e que os racistas terminem por conseguir o que almejavam, ou seja, afastá-lo da cidade e do Estado, prejudicando um brasileiro vindo das camadas populares ao impedi-lo de concluir um curso superior. Este episódio simboliza e condensa os preconceitos de dados setores da sociedade brasileira que parecem não estar satisfeitos e que não vêem com bons olhos o atual processo de ascensão social daqueles setores classicamente alijados e discriminados no país: os pobres, os negros e os nordestinos.
            O preconceito e o ódio não podem sair vencedores, eles têm que ser derrotados com a colaboração de todas as autoridades e todos aqueles responsáveis por coibir tais atitudes inaceitáveis. Esperamos providencias, no mesmo instante em que vimos a público nos colocar contra atitudes com as quais não se pode ter tolerância.

Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Júnior
Presidente da ANPUH

sexta-feira, 1 de abril de 2011

MNDH quer pressão total contra Bolsonaro

O deputado federal fluminense, Jair Bolsonaro (PP), voltou a freqüentar a mídia nesta semana após proferir, na segunda-feira, uma série de insultos racistas contra a artista Preta Gil, filha do compositor e cantor Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura no Governo Lula.

Preta Gil perguntou num programa de TV ao deputado qual seria sua reação se um filho seu se casasse com uma pessoa negra.  Ele respondeu que “Eu eduquei meu filho. Não corro esse risco.”

A cantora diz que vai processar o deputado; a OBA/RJ já encaminhou à Câmara Federal um pedido de investigação contra Bolsonaro.

Deputados protocolaram, na noite da terça-feira (clique aqui) com apoio do MNDH, representação para que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) seja investigado pela Corregedoria da Câmara por quebra de decoro parlamentar , por causa de comentários supostamente racistas feitos por ele durante o programa CQC , da TV Bandeirantes, exibido na segunda.

Bolsonaro alegou não ter tido a intenção de fazer nenhuma declaração racista.

A representação, assinada por 20 deputados, pede ainda que Bolsonaro seja destituído da Comissão de Direitos Humanos e Minorias pelo seu partido, o PP. “Não cabe uma pessoa que não defenda esses direitos atuar em uma comissão voltada para esse fim”, disse a presidente do colegiado, deputada Manuela D’ávila (PCdoB-RS).

 “Bolsonaro é conhecidíssimo por suas posições contra os direitos humanos, diz o coordenador nacional do MNDH, Gilson Cardoso. Ele é um notório homofóbico; é contra a comissão da verdade, é defensor da redução da idade penal; prega a pena de morte, e se diz contra o ECA e a lei Maria da Penha.”

Gilson Cardoso diz ainda que “o parlamentar se esconde atrás do mecanismo da imunidade parlamentar, esquecendo, no entanto, que o parlamentar tem imunidade sim, mas em casos de emissão de opinião. O caso de Bolsonaro não é o de ter direito de emitir as suas posições e opiniões. O caso dele é de preconceito e de intolerância racial, étnica, de gênero etc.”

Em 2008, o parlamentar ofendeu a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, então deputado federal, a quem ameaçou agredir. A discussão com a atual ministra teve origem nos debates sobre a redução da idade penal. Irritado com os questionamentos de Maria do Rosário, Bolsonaro a empurrou,  ameaçou-a com uma tapa e a ofendeu moralmente – a agressão foi registrada pela Rede TV.

“Que as pessoas – sejam elas políticos ou não – emitam suas opiniões, preferências, não se pode ser contra. Estamos numa democracia. O que não se pode permitir são ofensas à dignidade da pessoa humana, e Bolsonaro é um especialista em matéria de ofensas, e de incitação à violência. Todo mundo se lembra dele dizendo que espancaria um filho caso esse fosse homossexual”, afirma o coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos.

Além dos vários segmentos da sociedade que se voltaram contra Bolsonaro após os incidentes racistas da última segunda-feira, cresce na internet a campanha para a abertura de um processo contra o parlamentar.

Bolsonaro já reagiu às críticas proferindo mais insultos racistas e de gênero, e dizendo que “está se lixando para o movimento gay”

“É importante que a sociedade se mobilize para que possamos enfrentar gente como o parlamentar do Rio, diz Gilson Cardoso. É verdade, também, e infelizmente, que um sem-número de pessoas tem mostrado apoio a ele e às suas ideais preconceituosas. Mas isso faz parte do jogo democrático e nós, que somos defensores dos direitos humanos, temos de enfrentar. De outro lado, já li e ouvi inúmeras manifestações contra o Bolsonaro vindas de personalidades, especialmente de artistas afro-descentes. Espero que eles não esmoreçam e que mantenham a pressão sobre a Câmara Federal até o fim, para que mais essa estupidez não se perpetue. E vou mais longe, diz Gilson Cardoso, gostaria de ver nossos atletas, em sua grande maioria negros e negras, se envolvendo com uma campanha de enfrentamento ao racismo e ao preconceito neste país”.