segunda-feira, 30 de junho de 2008

Quem "possui" Manuel Querino?

Segundo o dicionário Houaiss, "possessividade" é um substantivo que significa "Característica do que é possessivo 2. sentimento exagerado de posse; tendência a querer tudo para si, egoísmo 3. tendência à dominação".

Manuel Querino nasceu livre, em tempos de escravidão, portanto certamente se ofenderia com a noção de ser considerado um "bem" do qual qualquer um pudesse "tomar posse".

O historiador norte-americano E. Bradford Burns "descobriu" Querino para o mundo anglofone nos anos 70, mas nem por isso considerou que tivesse "tomado posse".

Antes, muito antes, Artur Ramos, Pedro Calmon e Jorge Calmon, seguidos por Jorge Amado, "descobriram" e "redescobriram" Querino, mas nem por isso consideraram-se seus "donos".

Portanto, creio eu, todos os Querinófilos e Querinólogos deveriam festejar tudo e qualquer esforço que se faça para destacar e perpetuar o nome, a vida e o trabalho de Manuel Raimundo Querino. Todos deveriam juntar-se e unir forças para apoiar, por exemplo, o seminário que Jaime Nascimento tanto luta para realizar.

A união faz a força. As desavenças e rixas egoístas e possessivas conduzem à derrota. Os portugueses dividiam os africanos para conquistá-los. Será que cairemos agora na mesma armadilha, justo na academia que deveria avançar o conhecimento e evoluir, em vez de insistir na possessividade e querer tudo para si?

Quem "possui" Manuel Querino? A resposta mais acertada é "todos", principalmente, a História.

domingo, 29 de junho de 2008


Vem jogar mais eu, camará é uma exposição que conta a história da
capoeira baiana entre 1940 e 1980. Estará aberta a visitação de 3 de
julho a 3 de agosto no espaço da Caixa Cultural. A entrada é gratuita.
Busca atrair um público bastante diversificado, capoeiristas, mestres
de capoeira professores, estudantes, e amantes da arte da vadiação.
Escolas com agendamento prévio terão visitas monitoradas. A mostra é
fruto de uma pesquisa realizada pelo Instituto Jair Moura, o mais
completo acervo sobre capoeira do mundo.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

"Ficção científica"

O PRESIDENTE NEGRO DE MONTEIRO LOBATO


Viegas fernandes da Costa*


Para a maior parte do público leitor brasileiro, Monteiro Lobato (1882-1948) é lembrado pelos episódios da série O Sítio do Pica Pau Amarelo. Muitos, porém, desconhecem a “obra para adultos” que Monteiro Lobato escreveu, tão importante quanto sua literatura infanto-juvenil. Nestas obras Lobato discute os grandes temas da sua época, e como intelectual que foi, usa da literatura para se posicionar perante a sociedade brasileira. Nacionalista, desenvolvimentista e muitas vezes acusado de preconceituoso, suas idéias provocam polêmica ainda hoje, e seus livros continuam sendo alvo de intensos debates entre pesquisadores e leitores atentos.
Entre estes livros polêmicos de Monteiro Lobato está um intitulado “O Presidente Negro”. Originalmente publicado em 1926, como folhetim, no jornal A Manhã, (onde recebeu o título de “O Choque das Raças”, hoje seu subtítulo), “O Presidente Negro” é uma obra duplamente curiosa: primeiramente por se tratar de uma ficção científica, gênero pouco cultivado entre os escritores brasileiros; e em segundo lugar porque em sua trama retrata o debate científico e intelectual vigente nas primeiras décadas do século XX.
Basicamente a história gira em torno de três personagens: Ayrton, o medíocre funcionário de um escritório; Benson, o sábio que cria o Porviroscópio, uma máquina capaz de mostrar os acontecimentos futuros; e Miss Jane, a bela e inteligente filha de Benson.
Depois de sofrer um acidente, Ayrton passa a conviver com o professor Benson e sua filha, pela qual se apaixona. O sábio mostra a Ayrton sua invenção: uma máquina capaz de mostrar o estado da humanidade em tempos futuros. Ao falar do futuro, Monteiro Lobato dá vazão a toda a sua criatividade e, por que não dizer, preconceito. Imagina um futuro onde os jornais não serão mais lidos no seu formato tradicional, em papel, mas em monitores luminosos existentes em cada casa (sim, a Internet está aí!); onde a roda virará peça de museu e onde a eugenia estará presente no cotidiano das sociedades, moldando pessoas saudáveis e ordeiras. Ao falar da sociedade estadunidense, Lobato, através da personagem Miss Jane, falará de uma eleição para a presidência dos Estados Unidos em que os candidatos serão um conservador branco, uma mulher com ideais feministas e um negro (isto lembra alguma coisa?). Em “O Presidente Negro” esta eleição acontece no ano de 2228, em nosso mundo real as atuais prévias eleitorais nos Estados Unidos têm como candidatos um conservador branco (John McCain), um negro (Barack Obama), e uma mulher (Hillary Clinton); cenário bastante próximo àquele pintado por Lobato no romance que publicou em 1926.
Por todo este curioso exercício de futurologia, e por apresentar-se como revelador do pensamento intelectual, político e científico da época em que foi escrito, vale a pena ler “O Presidente Negro”.

* Viegas Fernandes da Costa: Historiador e escritor, autor de “Sob a Luz do Farol” (2005) e “De Espantalhos e Pedras Também se Faz um Poema” (2008). Texto originalmente publicado no Sarau Eletrônico.


http://viegasdacosta.blogspot.com/2008/06/o-presidente-negro-de-monteiro-lobato.html

120 ANOS DE LUTA POR IGUALDADE RACIAL

Leia e assine o Manifesto em Defesa da Justiça e Constituicionalidade das Cotas

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Capoeira deve se tornar patrimônio cultural brasileiro

A capoeira é a próxima manifestação brasileira candidata a patrimônio cultural. O registro será votado na próxima reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, em 15 de julho, no Palácio Rio Branco, em Salvador, Bahia. No mesmo dia, também será apreciado o tombamento do Forte Assunção, do século XVII, que deu nome à cidade de Fortaleza, capital do Ceará, além da proposta de preservação de vários edifícios de valor histórico do Bairro do Comércio, na Cidade Baixa Salvador, Bahia.

O registro de patrimônio imaterial também deverá valorizar o ofício dos mestres nesse saber que mistura luta, música e dança. Responsáveis pela divulgação desta atividade em mais de 150 países, os mestres terão sua habilidade de ensino reconhecida.

Os capoeiristas vão celebrar o registro de sua arte com um grande evento no Teatro Castro Alves, oferecido pelo Ministério da Cultura, o Iphan e o Governo do Estado. Já estão confirmados apresentação dos baianos do Recôncavo, Maria Bethânia e Roberto Mendes, dos percussionistas Naná Vasconcelos, Wilson Café e Ramiro Musotto, além do mestre capoeirista Lorimbau. A entrada será gratuita e haverá distribuição de ingressos na véspera.

Ainda no Teatro Castro Alves, será aberta a exposição Na roda da capoeira, produzida a partir do inventário realizado entre 2006 e 2007 para o registro deste bem imaterial. São pinturas, esculturas em barro, instrumentos musicais, xilogravuras e folhetos de cordel que retratam o universo da capoeiragem. Na ocasião, também haverá o lançamento do livro, produzido pelo Iphan, Ofício das baianas do acarajé. O material é resultado do processo de registro, em janeiro de 2005, deste outro saber característico da cultura brasileira.

Serviço:

Terça-feira, 15/07/2008

Reunião do Conselho Consultivo do Iphan
Horário: a partir das 14h30min
Local: Salão dos Espelhos do Palácio Rio Branco
Praça Tomé de Sousa, s/n, Centro - Salvador / BA

Show de Maria Bethânia e Roberto Mendes, Naná Vasconcelos, Wilson Café, Ramiro Musotto e Lorimbau
Abertura da exposição Na Roda da Capoeira
Lançamento do livro Ofício das baianas do acarajé
Horário: 19h
Local: Teatro Castro Alves
Praça 2 de julho, s/n, Campo Grande - Salvador/ BA

Mais informações:

Assessoria de Comunicação Iphan / Monumenta
Fones: (61) 3326 8014 / (61) 9972 0050
helenabrandi@iphan.gov.br
ascom@iphan.gov.br
www.iphan.gov.br

terça-feira, 24 de junho de 2008

Resposta a Caetano Veloso

Contexto:
Cê vê tudo ao contrário
Edson Lopes Cardoso
edsoncardoso@irohin.org.br Caetano Veloso/ Foto: Miguel Rio BrancoNa canção “O Herói”, de seu novo disco Cê, Caetano Veloso retoma o principal argumento do manifesto contra as cotas, que leva também sua assinatura. O argumento quer nos convencer de que por imitação de outra realidade (o comparante é sempre os Estados Unidos), os negros brasileiros dedicam-se a estimular e promover o ódio racial.

O argumento não é original, nem na canção nem no manifesto, e apenas atualiza velhos estigmas que nos acompanham desde tempos coloniais: raça inferior, intelectual e moralmente, criminosos em potencial e avessos ao progresso e à civilização.
(ler artigo completo aqui)




O Globo
Eu sou neguinho
Publicada em 12/06/2008 às 17h56m

Por Joel Zito Araujo
O meu amigo Caetano, que no debate público é um provocador tão genial quanto na arte, também é, sem dúvidas, um atento observador da realidade racial brasileira desde jovem, quando Dona Canô gritava "meu filho corra, venha ver na TV aquele preto de que você tanto gosta!". Ou quando se irritou ao ver jovens de esquerda chamando Clementina de Jesus de macaca no Teatro Paramount, em 1968. Ou quando não deixou o país esquecer que o Haiti é também aqui. Mas agora, depois de tão bela história, depois de ter produzido poemas tão poderosos e belos sobre a negritude baiana, ele parece acreditar que o país acompanhou a sua cabeça e seu desejo de viver em uma democracia pós-racial.

" Não é possível ignorar as cotas como um movimento natural e necessário, apesar das imperfeições no processo "


O Brasil pós-racial é uma meta que compartilho, mas ainda é uma ficção. O dramaturgo Harold Pinter já disse que, na exploração da realidade por meio da arte, "não há distinções explícitas entre o que é real e o que é irreal, tampouco entre o que é verdadeiro e o que é falso.". Mas que diferenciar essas condições é fundamental para o exercício da cidadania. É necessário dizer para o querido Caetano que não é coerente ter feito uma obra tão magnífica e assinar um manifesto contra cotas para jovens negros pobres na universidade.

E assim, mesmo agradecido pelo que ele fez, tenho que, atendendo a sua provocação (ver coluna de Jorge Moreno de 07/06/08 ), vir aqui dizer que a "realidade lá fora" continua brutal para aqueles que são "negros ou quase-negros de tão pobres". Eles continuam com suas chances de ascensão social condicionadas à cor de suas peles em estruturas seculares que reproduzem o racismo nos bancos escolares, na nossa TV, no sistema de saúde, no mercado de trabalho, na violência policial...

Não é possível ignorar as cotas como um movimento natural e necessário, apesar das imperfeições no processo. Diante da revolta contra sua condição de grupos populacionais excluídos, negros e indíos lutam por uma reparação histórica, lutam por seus direitos. Hoje, por trás da emergência identitária destes grupos está a busca pelo reconhecimento dos direitos de partilha das riquezas materiais do país (partilha do direito à educação, à terra, à liberdade religiosa). Vivemos, finalmente, numa sociedade em que os "excluídos" lutam autonomamente no campo da democracia pelos seus direitos. São lutas de idéias, de conquista da opinião pública e de leis. E isso é muito bom, e deve ser respeitado e incentivado. E, veja bem, eles não estão esperando o socialismo, ou a vitória do universalismo francês, ou o triunfo do mercado, para ter acesso à educação. Eles querem acelerar processos, cobrar dívidas históricas. Evitar tensões raciais é promover o reconhecimento dos seus direitos , e incentivar a sua luta política nas formas democráticas e republicanas. E tenho certeza de que o nosso querido Caetano sabe que Mangabeira Unger tá certo. Nós precisamos de uma segunda abolição. Mas como realizá-la sem nos defrontarmos com a questão racial?

" Nossas crianças perdem a auto-estima ao aprender a sonhar em ser, mesmo que cirurgicamente, iguais à rainha dos baixinhos "

E por que acreditar que revalorizar neste momento a criação colonial do mulato é um passo para a sociedade pós-racial? Onde é que o mulato é celebrado como ideal da nação? Nas artes, na telenovela, no cinema, na publicidade? O ideal do país desde os tempos da escravidão foi, e continua profundamente internalizado em todos nós, fazer do negro um mestiço e do mestiço um branco. Nossas crianças perdem a auto-estima ao aprender a sonhar em ser, mesmo que cirurgicamente, iguais à rainha dos baixinhos. Por que todas as apresentadoras dos programas infantis foram inspirados no modelo ariano? Que ideal de raça estava por trás disso? Por que os considerados mais belos das revistas de moda, de TV e até mesmo de esportes são invariavelmente os mais germânicos? Por que somente em 2004 tivemos a Taís Araújo como protagonista de uma telenovela na rede líder de audiência? E quando voltaremos a revê-la assim? Ser mestiço, portanto, é ainda um momento de passagem da condição inferior para a raça superior. O mulato na telenovela ainda é, como regra, representação do estereótipo do bundão, do mau caráter, do bandido ou do ressentido.

É por isso que não sou mulato. Só aceito o mulato como profissão. E é assim que vivem centenas de brasileiras afro-descendentes pobres que viajam pelo mundo vendendo a beleza dos seus corpos e dos seus movimentos em shows tipo Sargentelli.

" Neste momento sou orgulhosamente o meu avô e bisavô, eu sou neguinho. E amanhã posso vir a ser a minha avó, nambiquara ou pataxó "


Sou brasileiro, com ascendência afro-índígena-portuguesa. Mas neste momento histórico só me interessa afirmar o que fui pressionado a negar. O país ainda precisa de um choque de negritude e de indigeneidade. Para chegar a ser pós-racial precisa antes ser multirracial. Precisamos reconhecer que nossa nação é um mosaico, onde vivem filhos de africanos, de japoneses, de libaneses e de europeus, além dos indígenas. Somente assim podermos, no futuro, realizar o mito que tanto prezamos, e vir a ser um exemplo de democracia racial. Neste momento sou orgulhosamente o meu avô e bisavô, eu sou neguinho. E amanhã posso vir a ser a minha avó, nambiquara ou pataxó.

Diante da herança colonial que criou um sistema hierárquico de castas raciais, eu sou neguinho. Diante dos articulistas dos jornais que dizem que não somos racistas, mas alertam que se me assumo como negro sou ameaça de guerra civil, eu sou neguinho. Diante do senador que elogia o seu par mulato por estar apurando a raça ao se casar com uma "linda gaúcha dos olhos azuis", eu sou neguinho. Ou diante da mídia que em suas imagens insiste em reafirmar a branquitude como ideal da nação, eu sou aquele Caetano que tanto admiro, e não aquele inexplicável mulato anticotas. Sou negro preto do Curuzu. Sou beleza pura.

Joel Zito Araujo é cineasta, autor de "Filhas do Vento" e "A Negação do Brasil"

Blog Biblioafro 'Griot'

Bibliografia sobre a temática: 'Negro' - biblioafrogriot.blogspot.com/

ESTE BLOG VISA CONTRIBUIR PARA A ELABORAÇÃO DA BIBLIOGRAFIA SOBRE A TEMÁTICA 'NEGRO', SOBRETUDO NO BRASIL. TRABALHAMOS COM O FORNECIMENTO DE LIVROS ESGOTADOS, RAROS, FORA DO COMÉRCIO, RECOLHIDOS E OUTROS SOBRE A TEMÁTICA AFRO BRASILEIRA, CASO TENHA LIVROS COM ESSE CONTEÚDO PARA VENDER CONTACTE-NOS, CASO QUEIRA COMPRAR TAMBÉM É SÓ NOS CONTACTAR. CASO QUEIRA NOS AJUDAR PERGUNTE-NOS COMO. ABRANGEMOS ÁREAS DESDE OS ORIXÁS ATÉ MILTON SANTOS O MAIOR INTELECTUAL NEGRO DO SÉCULO XX.

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sexta-feira, 20 de junho de 2008

Curso vai formar capoeiristas-educadores

20/06/2008 - 18h14m

*Da Redação
redacao@portalibahia.com.br

O curso Capoeira - Educação para a Paz, começa no próximo dia 30, às 14h, com uma palestra da educadora Fátima Freire Dowbor, no Forte de Santo Antônio Além do Carmo, tem como principal objetivo formar capoeiristas-educadores que vão atuar na construção de um currículo escolar voltado para a educação das relações étnico-raciais.

O curso vai aproximar o caráter inclusivo da capoeira a vivências pedagógicas colaborativas, como a Metodologia do Círculo de Cultura, desenvolvida pelo educador Paulo Freire. O tema será abordado por sua filha, a também educadora Fátima Freire Dowbor, na aula inaugural, com a palestra Quem Educa Marca o Corpo do Outro.

O evento contará também com a apresentação do artista senegalês Doudou Coumbua Rose, que vai pedir a bênção aos mestres que ocupam o Forte de Santo Antônio Além do Carmo, reduto histórico da luta e resistência de diversos grupos de capoeira em Salvador, agora sob a gestão do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac).

De início, serão capacitados 80 capoeiristas, em duas turmas de 40 alunos, que assistirão a aulas dos 30 módulos do curso.

As inscrições para o curso já estão abertas. Para participar, os interessados precisam ser indicados por outros mestres de diferentes bairros e escolas de capoeira de Salvador e região metropolitana.

As aulas serão realizadas de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h, no Forte de Santo Antônio Além do Carmo. A previsão é que a primeira turma receba o certificado no dia 15 de agosto.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Instituto Maurício de Nassau: Palestra discute o fenômeno Obama

Professor John H. Stanfield

Com o professor John H. Stanfield, da Universidade de Indiana, e com a diplomata Kathy Bentley, do Consulado Americano no Recife, a palestra será nesta quinta (19), às 19h, no auditório do bloco Capunga, com entrada franca.

Antes mesmos de sua candidatura à presidência dos Estados Unidos, o senador Barack Obama já era notícia no cenário nacional e internacional. Além da sua popularidade perante os norte-americanos, a questão étnica também foi determinante para que o pré-candidato chegasse mais próximo à presidência dos EUA. Caso seja eleito, Obama se tornará o primeiro presidente negro na história política dos Estados Unidos.

Em meio às repercussões em torno da figura de Barack Obama, o Instituto Maurício de Nassau promove nesta quinta-feira (19), no auditório do Bloco Capunga, às 19h, palestra sobre o tema com o professor John H. Stanfield, diretor do Programa de Pesquisas de Estudos Tranculturais e Interculturais, ligado ao Departamento de Estudos Afro-Americanos e da Diáspora Africana da Universidade de Indiana, na cidade de Bloomington. Também estará presente no evento a diplomata e membro do Consulado Americano no Recife, Kathy Bentley.

A palestra é aberta ao público, com entrada gratuita. As inscrições podem ser feitas nos quiosques de informação da Faculdade ou pelo portal www.mauriciodenassau.edu.br. O evento valerá como atividade complementar. Mais informações pelo número 3413-4611.

http://www.mauriciodenassau.edu.br/noticia/listar/rec/1291

Atabaqueblog

Recebemos esta nota sobre o Atabaqueblog - As aventuras de uma patrulha do exército brasileiro em 2008 na mais antiga favela do Rio que abrigou os militares deserdados em 1897 que massacraram o povo em Canudos.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Encerramento das atividades do semestre com projeção de filme premiado e inedito no Brasil

Sessão-Extra de Cinema

PÓSAFRO

De Agostino Sansone, com narração de Ítalo Calvino.

AMÉRICA, PAÍS DE DEUS.

Um filme sobre relações raciais e consumo nos EUA, em 1968...

Com a presença do realizador

Sexta-feira – 20/06

18:30 hs - CEAO

sábado, 14 de junho de 2008

Manuel Querino Vida e Obra: a importância do Seminário

No momento em que o debate sobre a implementação de ações de reparação aos afro-descendentes e sua inclusão nos mais variados espaços e esferas da vida social brasileira se configura como uma realidade, o Seminário Manuel Querino: Vida e Obra, tem entre tantos outros o mérito de contribuir para tal debate. Tendo em vista a gama de informações e assuntos que deverão ser abordados nesse evento, sobre a vida de um dos mais destacados e respeitáveis intelectuais negros a quem a Bahia teve a honra de servir de berço, dando-lhe régua e compasso.

Tendo em consideração que Manuel Querino foi, não obstante as grandes dificuldades ao longo de sua vida – desde a infância –, um pensador extremamente produtivo, um outsider no entendimento da formação social do Brasil e sobretudo um indivíduo que acreditava na educação como ferramenta primordial de transformação social.

Nascido no tempo da escravidão – tempo do cativeiro –, órfão de pai e mãe, Manuel Raimundo Querino traçou um caminho aparentemente improvável para um indivíduo negro do período oitocentista (século XIX), mesmo tendo nascido livre. Foi através do seu brilho e consistência intelectual que soube reverter os obstáculos de uma sociedade marcadamente paternalista e patrimonialista, socialmente estratificada e clivada do ponto de vista étnico/racial.

Atualmente, em tempos de discussão sobre inclusão social e a contribuição do negro na formação do povo brasileiro, este santamarense emerge como figura de destaque no rol dos que cumpriram papel relevante na sociedade brasileira (o entendimento de seu ostracismo nos movimentos sociais é, inclusive, uma maneira salutar e intrigante para compreensão de como têm sido encaminhadas seletivamente às discussões acerca dos vultos que representam o povo negro).

A Educação, e a produção intelectual de maneira geral, foi sempre o norte de Manuel Querino. Questões como: a perspectiva afro-brasileira na formação do Brasil; as Artes; a Geometria; a formação dos educadores; a função social do Liceu de Artes e Ofícios; o exercício da docência. Todos esses foram temas nos quais Manuel Querino transitou quer na sua produção intelectual, quer na sua trajetória como indivíduo. Além disso, projetou modelos escolares adaptados ao clima tropical, que foram apresentados ao público durante o Congresso Pedagógico do Rio de Janeiro em 1883. Elementos de Desenho Geométrico e Desenho Linear das Classes Elementares são obras que atestam sua atenção especial com o processo didático-pedagógico, ambas produzidas no período em que Querino lecionou no Liceu de Artes e Ofícios e no Colégio dos Órfãos de São Joaquim (duas instituições freqüentadas pelas classes menos favorecidas).

Através do Seminário Manuel Querino: Vida e Obra, espera-se que seja aberto um debate que permita a problematização em volta deste personagem que incomodou no seu tempo e que parece ainda incomodar nos dias de hoje. A história e o cotidiano social mostram que seletivamente certas referências históricas são resgatadas. Algumas emergem, ao sabor das condições específicas de um determinado período; enquanto outras sistematicamente são submergidas, esquecidas nos desvãos de seu contexto histórico. As evidências fazem crer que Manuel Raimundo Querino tem sido incluído na segunda categoria


Dessa forma, impõe-se a necessidade de trazer Manuel Raimundo Querino para o presente, para a ordem do dia, explorando as potencialidades da sua vultosa obra para o povo baiano. É chegada a hora de trazer Querino de volta para as discussões sobre a formação social da nação brasileira, numa época em que principalmente busca-se evidenciar a real contribuição da cultura africana no ethos nacional. Oportuna será a realização do Seminário sobre a vida e a obra de Manuel Querino, que foi sem favor um dos mais destacados intelectuais baianos e cuja obra e ação estranhamente passam ao largo tanto dos acadêmicos atuais como do conhecimento de parte expressiva dos movimentos e entidades defensoras dos direitos da população afro-descendente, que teimam em homenagear apenas e tão somente aos vultos heróicos de Zumbi, Luiz Gama, Gamgazumba e Luiza Mahin, afora os de relevo internacional como Nelson Mandela, Malcom X, Martin Luther King dentre outros. Esquecendo-se que os heróis de fato revelam-se na luta cotidiana e no exemplo de vida que legam aos contemporâneos e aos pósteros.

--Jaime Nascimento

Falta de vontade política?

Pode ser que Manuel Querino é mais uma vítima do "racismo cordial" do Brasil - aquele dominado pelos "não somos racistas" que negam a existência do racismo neste País, ainda porque "o negro conhece seu lugar". Mas o que mais espanta é o descaso demonstrado por instituições criadas justamente para superar as falhas do sistema mantido pela elite branca e dar destaque e valorizar à História afro-brasileira e aos indivíduos e aos grupos que ajudaram a construí-la.

Nosso espanto é ainda maior quando, faltando menos de 2 (dois) meses para o início de um evento de suma importância para o início do longo processo de desagravo necessário para reverter o descaso e o desprezo que o nome de Manuel Querino tem sofrido por várias décadas no Brasil (ao contrário do exterior, onde é valorizado e festejado por cada pesquisador que o "redescobre"), são justamente os órgãos e as pessoas que deveriam se juntar à causa que estão abandonando-a ou deixando-a à deriva.

O século XXI mal começou. Portanto, esperamos que ainda neste século, o nome de Querino saia da penumbra do olvido e tenha tanta glória e honra quanto o alagoano cuja estátua agora ergue sua lança na Praça da Sé.

Outra reação à estátua de Zumbi na Praça da Sé

Era por volta de 15h, havia um menino de rua negro caído, certamente drogado, na rua Carlos Gomes, bem em frente à sede do Procom. Ele estava bem na quina do passeio, entre as duas pistas, a que vem do largo Dois de Julho e a rua Carlos Gomes, o corpo voltado para a direita e o rosto para a esquerda, a boca aberta, e as pessoas passando indiferentes. Pergunto eu: qual estátua vale mais? Para mim esse não é um sonho, mas sim uma realidade dantesca!
-- Jaime Nascimento

Para os conservadores norte-americanos, um "gesto terrorista"

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Homenagem a Mário Gusmão (1920-1996)




MÁRIO GUSMÃO (1920-1996)
O SANTO GUERREIRO CONTRA O DRAGÃO DA MALDADE
Jeferson Bacelar

"Nesta homenagem, utilizando basicamente o depoimento de Mário Gusmão, o que busco é uma reflexão sobre a sua especificidade como ator social, vendo o seu ato de lembrar como um processo criador intimamente ligado às condições existentes e às experiências sedimentadas do passado. Mas, procuro também analisar o seu universo cultural, os diversos ângulos de sua trajetória, as relações sociais estabelecidas para o seu caminhar na sociedade. Acredito, sem qualquer determinismo, que serão essas relações que marcarão suas opções, com as lutas, circularidades e metamorfoses que irão constituir a sua identidade específica."

Os heróis e suas armas


Recentemente, ergueram uma estátua de Zumbi dos Palmares, segurando uma lança, na Praça da Sé, no Centro Histórico de Salvador. Sem desmerecer as qualidades que este herói alagoano, líder do Quilombo dos Palmares no século XVII, representava e ainda representa, gostaria de fazer uma pergunta mais do que óbvia: porque não erguer uma imagem de Manuel Querino, um grande herói dos negros baianos no século XX? Sua arma...a caneta!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

tradução v. censura


A tradução incorreta das palavras de Condoleezza Rice sobre a indicação de Obama como candidato do Partido Democrático - efetivamente tornando-o o primeiro negro norte-americano com uma excelente chance de ser eleito Presidente dos Estados Unidos - me lembrou de um fato parecido, ocorrido nos idos de 1987, quando o regime do Apartheid ainda assolava na África do Sul.

O Bispo - agora Arcebispo - Desmond Tutu fez um discurso no Largo do Pelourinho, em inglês, com tradução consecutiva. Quando falava "blacks" (negros), o interprete traduzia como "as pessoas". Quando falava "whites" (brancos), foi novamente traduzido como "as pessoas". Só que o intérprete/censor se deu mal quando o bispo concluiu que "as pessoas" também eram prisioneiras do Apartheid - presas por trás dos muros erguidos para se proteger do crime e da violência gerados pela repressão "das pessoas". Com o fim do Apartheid, "as pessoas" poderiam sair de suas "prisões domiciliares".

Em outras palavras, a mensagem de paz e reconciliação proferida por um religioso foi deturpada por um ato consciente de censura. Naturalmente, o interprete teve que voltar atrás e falar de "negros" e "brancos". Ninguém me falou - eu presenciei.

domingo, 8 de junho de 2008

Correio da Bahia: Baianos comemoram virada de Obama

Vitória de candidato negro é vista como um exemplo de
ação afirmativa a ser seguido

Flávio Novaes

A pele negra do senador Barack Obama, anunciado na última terça-feira candidato do partido Democrata à presidência dos EUA, representa a cor de uma virada histórica, na opinião de intelectuais baianos. Segundo eles, é a vitória de uma séria e contínua política de ações afirmativas americanas que, após décadas de pequenas conquistas, chega ao ápice com a alvissareira notícia. O próximo passo – esperam – é comemorar a posse do 44º líder da maior potência do mundo, no dia 20 de janeiro de 2009.

Ainda que o assunto tenha grande destaque no noticiário das oito e em todos os telejornais, jornais, rádios e sites possíveis, o tema parece ainda bem mais próximo dos baianos. Obama é neto de quenianos e aqueles traços que se destacam em meio à claque de maioria branca são o sinal de novos tempos na política internacional. “Isso (a candidatura) deverá influenciar cidades de população predominantemente negras como Salvador, São Luiz e Rio de Janeiro”, acredita o advogado João Jorge Rodrigues, professor de Direito Público da Universidade de Brasília (Unb) e presidente do grupo Olodum. “É um conjunto de impactos difícil de ser analisado agora, mas é uma decisão fulminante contra quem não resolveu apostar nas políticas de ações afirmativas”, completa.

O bloco afro dirigido por Rodrigues está sempre viajando em turnê pelos Estados Unidos. Já tocou com os músicos Paul Simon e Michael Jackson e tem boas relações com o cineasta Spike Lee. E é lá que vai buscar o título de doutorado, comparando as mesmas ações públicas desenvolvidas no Brasil e na terra de Obama. “Se ele ganhar as eleições, nosso país, com essa grande população negra, vai ficar constrangido, em uma saia-justa, por jamais ter conseguido colocar um candidato negro nessas condições”, afirma ele.

É agora - “Our moment is now” (nosso momento é agora, em português), estampava a página eletrônica da campanha de Obama, no dia seguinte à confirmação da candidatura, vaticinando a nova ordem mundial que pretende implantar. Change – mudança, em nosso idioma – é o cartaz empunhado pelos eleitores. “Um negro concorrendo à presidência traz um significado muito grande internamente nos Estados Unidos”, avalia a socióloga Luiza Bairros, consultora para diversas agências das Nações Unidas no Brasil.

A experiência de morar no estado de Michigan, no Centro-Oeste do país – onde fez a pós-graduação entre os anos 1993 e 1998 – proporciona uma análise detalhada do olhar político americano. De acordo com Luiza, os Democratas trabalham com uma agenda social mais avançada, enquanto que os republicanos, principais adversários, adotam uma política que prejudica os mais pobres. E as ações públicas afirmativas, como o incentivo à inclusão ao mercado de trabalho e ao ensino universitário, explicam parte do sucesso de Obama. “Além disso, ele integra o contexto de um profundo desencantamento nacional. Há uma crise econômica profunda, uma guerra perdida (Iraque) e um crescente processo de perda da hegemonia”, explica ela, mestre em sociologia pela Ufba.

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Vítimas do Katrina esperaram cinco dias

O furacão Katrina, que destruiu parte da cidade de New Orleans, sul dos EUA, no final de agosto de 2005, é usado como exemplo da discriminação nos Estados Unidos. Luiza Bairros lembra bem que os moradores esperaram até cinco dias pelo socorro do governo.

Ela esteve na Califórnia, no oeste do país, 15 dias depois da tragédia e, pela TV, acompanhou os debates que falavam da atuação do governo, além de presenciar a reação dos americanos nas ruas. “Ali, ficou evidenciada a forma como os republicanos tratam os negros”, afirma, referindo-se ao partido do atual presidente, George W. Bush, e ao descaso no atendimento aos moradores da cidade.

Obama surgiria, portanto, como uma espécie de super-herói, pronto para resolver os problemas raciais que afligem o país? “A candidatura desafia a sociedade a levar às últimas conseqüências, o que tem sido feito nos últimos anos. O surgimento do seu nome não aparece como algo fora do lugar”, responde Luiza.

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Campanha sem conotação racial

As referências às políticas afirmativas como sustentação do surgimento da candidatura Obama são vistas com bastante cuidado por alguém bem especial: o próprio Obama. Na convenção Democrata que consagrou John Kerry como candidato em 2004, o então senador disse que “Não existem uma América negra e uma América branca e uma América hispânica e uma América asiática – o que existe são os Estados Unidos da América.”

Em 2006, quando já era apontado como um futuro candidato, escreveu The audacity of hope (A audácia da esperança), e lá defende políticas universalistas. Mas não esquece um problema que está diante dos seus olhos. “Programas de ação afirmativa, quando estruturados corretamente, podem abrir oportunidades de outra maneira impossíveis para minorias com qualificação, sem diminuir as oportunidades para alunos brancos.” E também defende uma ação mais ampla. “A ênfase em programas universais, e não em programas de cunho racial, não é apenas uma boa política; é também uma boa ação política”.

Para o antropólogo Roberto Albergaria, famoso pela língua afiada, Barack Obama não é produto das ações afirmativas. “Ele é, sim, produto do melting-pot (mistura racial) norte-americano, filho de uma antropóloga branca com um muçulmano negro”, contesta. “Ele não é do gueto, foi criada por família branca e mostra que o sucesso independe da cor.”

A forte miscigenação da nova elite emergente americana é apontada por Albergaria como a responsável natural pelo fenômeno. “Ele é o novo americano, é o americano pós-negro”, diz.A socióloga Luiza Bairros contesta. Para ela, é impossível ser negro nos Estados Unidos e não se beneficiar dessa política. “No livro, ele também reconhece as questões raciais”, afirma. “E a tônica da sua campanha foi no sentido de não privilegiar a questão racial para não acirrar esses sentimentos”, finaliza.

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Oportunidade de ascensão social

O fator Obama é discutido há tempos em Salvador, considerada a “Roma Negra” brasileira. O surgimento de uma referência internacional de epiderme negra remete ao advogado Edvaldo Brito e ao bispo Márcio Marinho, soteropolitanos que assumem papéis de coadjuvantes na sucessão municipal de outubro. Mas a questão não se resume à política partidária. Obama representa bem mais do que facções em busca de poder.

“A cidade gostaria de ter um projeto nessa direção, de afirmação da negritude, não da forma que hoje se apresenta só tocando tambor e fazendo folclore, em sua maioria, mas no sentido de mudar esse perfil na economia, na saúde, na educação, com um projeto vigoroso e diferenciado, questionou há quase dois meses o jornalista Tasso Franco em sua coluna no site bahiaja.com.br. João Jorge responde. “Fatalmente as pessoas verão nele a possibilidade de também ascender socialmente, o que vai gerar uma transformação na sociedade”, acredita ele, que conheceu o candidato em 1991, quando esteve em Washington com um grupo de ativistas afro-brasileiros.

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John Hope Franklin fala sobre a indicação de Obama (em inglês)



"Pensei que ia morrer sem ver isto."

quinta-feira, 5 de junho de 2008

"Eu não tenho cara de brasileiro?"



Caetano festeja vitória de Barack Obama em show no Rio

Jaime Gonçalves Filho, JB Online

RIO - O cantor e compositor Caetano Veloso elegeu o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, como personagem principal da terceira edição do show 'Obra em progresso', nesta quarta-feira, na casa de espetáculos Vivo Rio.

Seguindo a meta de dar às apresentações um caráter jornalístico, comentando assuntos atuais, a escolha de Obama como candidato do partido democrata, em detrimento da senadora Hillary Clinton, foi citada logo após a primeira canção, 'Sugar Cane Fields Forever'.

- Alguém me disse que Obama, em uma entrevista a um jornalista brasileiro, teria comentado: "Eu não tenho cara de brasileiro?" O jornalista não comentou nada, não desenvolveu o tema. Mas é um grande tema esse. A verdade é que Obama é bonito pra c*** – afirmou, para êxtase da platéia.

Mas adiante, Caetano lembrou que, em uma conversa com amigos, alguém lhe perguntou se preferia Hillary Clinton ou Barack Obama, o que provocou uma resposta, na sua opinião, 'politicamente incorreta e violenta'.

– Gosto muito mais de preto do que de mulher – provocou, explicando-se em seguida que havia uma sutileza escondida na resposta e que, trocando em miúdos, entre uma causa e outra, escolhia a dos negros.

A série de shows, iniciada no dia 14 de maio, pretende apresentar canções antigas e novas composições, que deverão estar em seu próximo álbum de estúdio – daí o espetáculo chamar-se 'Obra em progresso'.

As apresentações, que variam de repertório toda semana, são uma viagem musical incessante entre passado e futuro, não restrita à obra do baiano. Se aqui em um momento temos 'Falso Leblon', que fala de sexo, drogas e Los Hermanos, em outro temos 'Nosso estranho amor', com um solo de guitarra definitivo de Pedro Sá.

A série de shows segue, em tese, até a última quarta-feira de junho, sempre com um olhar controverso sobre o noticiário e composições fresquinhas, entremeadas por hits radiofônicos. Vale, e muito, o ingresso.

http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/06/05/e05062232.html

A tradução correta


"Os Estados Unidos da América são um país extraordinário. É um país que tem superado muitos (...) anos, décadas, na realidade, um par de séculos de tentativas de cumprir seus princípios. E eu acho que o que estamos vendo é uma expressão extraordinária do fato de que 'Nós, o povo'(*) está começando a incluir todos nós".


(*) O preâmbulo da Constituição americana começa com a invocação "Nós, o povo dos Estados Unidos..."


Veja o original:

"The United States of America is an extraordinary country. It is a country that has overcome many, many, now years, decades, actually a couple of centuries of trying to make good on its principles. And I think what we are seeing is an extraordinary expression of the fact that 'We the people' is beginning to mean all of us."
--Condoleezza Rice

Veja a tradução no jornal A Tarde (04.06.08)

"Os Estados Unidos da América são um país extraordinário. Este é um país que superou muitos e muitos anos, décadas, na verdade, dois séculos tentando aperfeiçoar seus princípios. E eu penso que o que estamos vendo agora é que a expressão extraordinária nós, o povo começa finalmente a ter esse significado para todos nós".

quarta-feira, 4 de junho de 2008

CEAO Seleciona Estudantes para Projetos

O CENTRO DE ESTUDOS AFRO-ORIENTAIS (CEAO-UFBA)

Seleciona estudantes de graduação para

PROJETO DE INCENTIVO À PERMANÊNCIA DE
ESTUDANTES COTISTAS

Perfil requerido
Estudantes de quaisquer cursos da UFBA que:
- ingressaram no 1º semestre de 2008;
- cursaram todo o nível médio e, pelo menos, 1(um) ano do nível fundamental em escola pública;
- possuem renda familiar, comprovada, de até 3(três) salários mínimos;
- tenham horário disponível para freqüentar os cursos à noite e aos sábados (manhã);

O Projeto
Integrando o Programa de Ações Afirmativas da Universidade Federal da Bahia, este projeto visa apoiar a permanência de alunos(as) cotistas e de baixa renda na universidade através da oferta de cursos básicos de Inglês, Informática e Produção de Textos. Os(as) estudantes receberão uma bolsa-auxílio no valor de R$ 200,00 (duzentos reais) durante os 3(três) meses de vinculação ao projeto.

Inscrições
- 04 a 13 de junho de 2008, das 9 às 12 horas (a partir de 09/06/08, também das 13 às 17 horas)

Documentos exigidos (cópias e originais)
Histórico Escolar dos níveis médio e fundamental
Comprovante de Matrícula na UFBA
Comprovantes da renda familiar
Boletim de Desempenho no Vestibular
RG e CPF, do comprovante de residência
2 fotos 3X4
Declaração de disponibilidade integral ao projeto

Seleção
- Análise da documentação: 16 a 20 de junho de 2008
- Entrevista: 23 a 27 de junho de 2008

Resultado
- 30 de junho de 2008

Início das Atividades
- 1 de julho de 2008

CENTRO DE ESTUDOS AFRO-ORIENTAIS/ CEAO
Praça General Inocêncio Galvão, 42, Largo 2 de Julho, Salvador/BA
Tel: 3322-8070 / 3322-6742
e-mail: permanencia. ceao@gmail. com



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