Segundo o dicionário Houaiss, "possessividade" é um substantivo que significa "Característica do que é possessivo 2. sentimento exagerado de posse; tendência a querer tudo para si, egoísmo 3. tendência à dominação".
Manuel Querino nasceu livre, em tempos de escravidão, portanto certamente se ofenderia com a noção de ser considerado um "bem" do qual qualquer um pudesse "tomar posse".
O historiador norte-americano E. Bradford Burns "descobriu" Querino para o mundo anglofone nos anos 70, mas nem por isso considerou que tivesse "tomado posse".
Antes, muito antes, Artur Ramos, Pedro Calmon e Jorge Calmon, seguidos por Jorge Amado, "descobriram" e "redescobriram" Querino, mas nem por isso consideraram-se seus "donos".
Portanto, creio eu, todos os Querinófilos e Querinólogos deveriam festejar tudo e qualquer esforço que se faça para destacar e perpetuar o nome, a vida e o trabalho de Manuel Raimundo Querino. Todos deveriam juntar-se e unir forças para apoiar, por exemplo, o seminário que Jaime Nascimento tanto luta para realizar.
A união faz a força. As desavenças e rixas egoístas e possessivas conduzem à derrota. Os portugueses dividiam os africanos para conquistá-los. Será que cairemos agora na mesma armadilha, justo na academia que deveria avançar o conhecimento e evoluir, em vez de insistir na possessividade e querer tudo para si?
Quem "possui" Manuel Querino? A resposta mais acertada é "todos", principalmente, a História.
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