Pode ser que Manuel Querino é mais uma vítima do "racismo cordial" do Brasil - aquele dominado pelos "não somos racistas" que negam a existência do racismo neste País, ainda porque "o negro conhece seu lugar". Mas o que mais espanta é o descaso demonstrado por instituições criadas justamente para superar as falhas do sistema mantido pela elite branca e dar destaque e valorizar à História afro-brasileira e aos indivíduos e aos grupos que ajudaram a construí-la.
Nosso espanto é ainda maior quando, faltando menos de 2 (dois) meses para o início de um evento de suma importância para o início do longo processo de desagravo necessário para reverter o descaso e o desprezo que o nome de Manuel Querino tem sofrido por várias décadas no Brasil (ao contrário do exterior, onde é valorizado e festejado por cada pesquisador que o "redescobre"), são justamente os órgãos e as pessoas que deveriam se juntar à causa que estão abandonando-a ou deixando-a à deriva.
O século XXI mal começou. Portanto, esperamos que ainda neste século, o nome de Querino saia da penumbra do olvido e tenha tanta glória e honra quanto o alagoano cuja estátua agora ergue sua lança na Praça da Sé.
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