De origem iorubá (ou yorùbá, idioma de origem africana), orúko significa uma pergunta muito comum: qual é o seu nome? Mas, no Mês da Consciência Negra, o questionamento impacta uma resposta de relevância social. Segundo Josemara Souza, representante da equipe organizadora do evento, o Orúko é um chamado para a aceitação e a valorização da identidade negra. É a auto-afirmação de toda a contribuição cultural e científica que mulheres e homens negros têm produzido na Bahia, no Brasil e no mundo, mas que ainda são pouco divulgadas e reconhecidas pela sociedade.
“Normalmente, a imagem dos negros é estereotipada pelo apelo ao exótico. Temos o legado de beleza, dança, religião e música, mas também temos a literatura, a ciência, a produção intelectual. Obras que precisam sair do gueto, serem fortalecidas, divulgadas e reconhecidas amplamente”, explica Josemara, que cita exemplos como Milton Santos, Manuel Querino, Mãe Stella de Oxossi e a primeira juíza negra do Brasil, Luislinda Valois.
Orúko Memórias e Heranças Negras integra as diversas ações formativas da SEC/IAT que objetivam fomentar na rede pública de ensino o debate sobre a importância da cultura do povo negro na história brasileira. Mais uma iniciativa que discute questões pertinentes à aplicação das leis federais nº 10.639/03 e nº 11.645/08, que incluem no currículo oficial da Educação Básica a obrigatoriedade das temáticas "História e Cultura Afro-Brasileira" e “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, respectivamente.
Um dos destaques do evento é a proposta de compartilhar os conhecimentos de pesquisas etnográficas com enfoque no acervo literário afro-brasileiro. As atividades objetivam expor o cenário da África transplantada à Bahia e a sua relação histórica e social com o patrimônio imaterial baiano; a apresentação dos autores da literatura africana que se dedicam à valorização da memória social de culturas africanas; além da interpretação de contos afro-brasileiros para conhecer o contexto sociocultural e a dinâmica pedagógica do legado africano do Brasil.
Os trabalhos ainda conduzirão o público a descobrir, nos signos linguísticos do português brasileiro, os “aportes” e “decalques” africanos presentes em contos afro-brasileiros e discursos cotidianos do baiano. A perspectiva é identificar possíveis enfoques temáticos nos textos da literatura africana do Brasil, visando a transformação do currículo etnocêntrico europeu em um currículo de valorização da diversidade cultural.
Para isso, a programação conta com realização de mesa-redonda para debate, oficinas pedagógicas de linguagem cênica com recriação de contos afro-brasileiros e videoconferência sobre estratégias para implementação das leis 10.639/03/ e 11.645/08 nas escolas. Também serão apresentadas as experiências das escolas públicas estaduais que foram beneficiadas com projetos realizados por professores da rede, participantes do curso de história e cultura africana e afrobrasileira - Agora a História é outra, oferecido pela SEC/IAT. O público poderá apreciar ainda a exposição de fotos das ações e projetos desenvolvidos pela Coordenação de Educação para as Relações Etnicorraciais e Diversidade da SEC/BA e pelas escolas públicas participantes.
Programação
03 de novembro de 2010
8h30 às 12hOficina Pedagógica de Linguagem Cênica com recriação de Contos Afro-Brasileiros
Profa. Janice Nicole
13h30 às 17h30
Oficina Pedagógica de Linguagem Cênica com recriação de Contos Afro-Brasileiros
Profa. Janice Nicole
04 de novembro de 2010
8h30
Apresentação cultural
8h50 às 12h
Videoconferência: Agora a História é outra: desafios e estratégias para implementação da Lei 10.639/03/11.6645/08
12h às 14h
Almoço
14h às 17h30
Apresentação das ações exitosas sobre a implementação da Lei 10.639/03
05 de novembro de 2010
8h30
Apresentação cultural
9h às 12h
Apresentação das ações exitosas sobre a implementação da Lei 10.639/03
12h às 14hAlmoço
14h às 17h30
Apresentação das ações exitosas sobre a implementação da Lei 10.639/03
Obs: Teremos lanche pela manhã e tarde, e almoço nos dois dias.
Local: Instituto Anísio Teixeira (Estrada das Muriçocas, s/n, Paralela, Salvador- BA)
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