domingo, 6 de abril de 2014

Tese de doutorado: Travessias racialistas no Atlântico Negro: reflexões sobre Booker T. Washington e Manuel R. Querino

A tese de doutorado de Sabrina Gledhill, Travessias racialistas no Atlântico Negro: reflexões sobre Booker T. Washington e Manuel R. Querino, está disponível no acervo deste blog.

RESUMO

Esta tese de doutorado analisa as trajetórias e táticas antirracialistas de Booker T. Washington (1856/1915) e Manuel Raymundo Querino (1851/1923), dentro do contexto do Atlântico Negro. Querino foi uma figura multifacetada: pintor-decorador, artista, abolicionista, jornalista, líder operário, político, professor de desenho industrial e pesquisador, fundador da historiografia da arte baiana, defensor dos terreiros de candomblé, sócio fundador do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, inspiração para Pedro Archanjo (protagonista de Tenda dos Milagres) e o primeiro intelectual afro-brasileiro a destacar a contribuição do africano à civilização brasileira. Educador, orador e conselheiro de presidentes dos Estados Unidos, Washington nasceu escravo e chegou a ser considerado o “negro mais famoso do mundo”. Após a Emancipação em 1865, trabalhou como zelador para custear seus estudos no Instituto Hampton, fundou o Instituto Normal e Industrial Tuskegee e tornou-se o líder da “nação negra” nos Estados Unidos, tendo como seu maior rival o intelectual negro W.E.B. Du Bois.
Depois de apresentar o contexto em que viveram e traçar as interconexões entre suas realidades, analiso suas trajetórias durante a vida e após a morte. Mostro como Manuel Querino poderia ter acesso a informações detalhadas sobre a vida e obra de Washington décadas antes que sua autobiografia mais conhecida, Up from Slavery, fosse lançada no Brasil, traduzida por Graciliano Ramos. A seguir, apresento uma análise detalhada de uma das táticas que Querino e Washington compartilharam: o uso da iconografia para combater estereótipos negativos sobre o negro nos seus respectivos países.
Apesar do prestígio que desfrutaram em vida, suas imagens foram dilapidadas após a morte: Washington com a pecha de “comodista” e até “traidor da raça”; e Querino com a imagem de um “humilde professor negro” de parcos poderes intelectuais. A realidade, como os dois educadores negros que são o enfoque deste trabalho, foi muito mais complexa.


Segue o link direto:
https://www.academia.edu/6578299/Travessias_Racialistas_no_Atlantico_Negro_Reflexoes_sobre_Booker_T._Washington_e_Manuel_R._Querino

Boa leitura!

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