sexta-feira, 3 de junho de 2011

Livro sobre Fela Kuti é lançado hoje em Salvador

Memorial Lélia
                            GonzalezFela Kuti
hoje - 03 de junho – 18h
em Salvador - Casa de Angola
Praça dos Veteranos, 5 – Barroquinha
e continua pelo Brasil em
Lançamentos   Nacionais

Afro Bio
          Ronaldo Evangelista - Colaboração para a Folha           São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2011

Biografia que está sendo lançada no Brasil e musical retomam trajetória do nigeriano Fela Kuti, artista e ativista criador do afrobeat


Carlos Moore, 69, cientista político e etnólogo, chegou à Nigéria em 1974, quando era um jovem jornalista cubano exilado na França.
  Foi a convite do governo para trabalhar no Festival Mundial das Artes Negras. Logo na primeira semana, no entanto, foi seduzido por uma força tida como revolucionária: a música de Fela Kuti (1938-1997).

Sua relação com o compositor e ativista rendeu atritos com o governo nigeriano e culminou com sua expulsão do país após poucos meses.  Mas a amizade com Fela, que nasceu ali, se fortaleceu ao longo dos anos e permitiu que Moore conseguisse relatar, em livro, a história e as ideias do artista.

A biografia "Fela - Esta Vida Puta" foi lançada originalmente em francês em 1982 e, pouco depois, ganhou versão em inglês. Neste mês, o livro está sendo lançado em português, com prefácio de Gilberto Gil, pela editora Nandyala.

Em São Paulo, o lançamento acontece no dia 25 de junho, na Matilha Cultural (r. Rêgo Freitas, 542), em evento com show em homenagem a Fela da banda Bixiga 70 e com a presença de Moore, que vive em Salvador há dez anos.


LANÇAMENTOS NACIONAIS

01 a 30 de junho de 2011
Salvador  -  03/06Rio de Janeiro  -  09 e 11/06Belo Horizonte  -  14/06São Paulo  -  25/06Porto Alegre  -  29/06
João Pessoa - 01/06
Recife - 02/06


Para saber sobre o lançamento em sua Cidade, entre em contato: atendimento@nandyalalivros.com.br

Biógrafo processa a produção do musical "Fela!"
          Colaboração para a Folha  - Ronaldo Evangelista

Espetáculo da Broadway, inspirado na biografia do artista nigeriano, deve ganhar adaptação no cinema

Carlos Moore, autor do livro, foi autorizado por Fela a escrever apenas depois da morte da mãe dele, durante fase difícil


Desde o fim do ano passado, Carlos Moore está processando a produção do musical "Fela!" por incorporar elementos-chave de seu livro, além de diálogos.

Com investimento do rapper Jay-Z, a peça levou três prêmios Tony em 2010, o Oscar do teatro nos EUA. Teve passagens bem-sucedidas pela Broadway, por Londres e pela própria Nigéria.

Agora, fala-se em adaptação para o cinema.

Moore reivindica crédito a sua biografia, já que o processo, de tão íntimo, é autoral em diversos aspectos. "Ele me autorizou a escrever em primeira pessoa", lembra o autor, em entrevista à Folha, em São Paulo.

"Eu disse a ele: "Eu te conheço bem. Posso falar como tu. Integrar as tuas palavras e contar esta história"."

Daí que nomes, entidades, situações e palavras do livro são de Moore sobre Fela.

"Nossa relação era política e fraterna", explica. "Era muito forte, havia realmente um amor muito grande. Especialmente porque ele estava sempre ameaçado, e eu tinha esse temor de que ele fosse morto."

Moore conta que, desde o início, disse a Fela que era preciso colocar as coisas que dizia em um livro. "Mas ele respondia que isso estava errado", revela.

"Ele dizia: "Isso está nas minhas canções, está indo da minha boca para a orelha do povo, e o povo está entendendo"." Segundo Moore, para
Fela, livros era "coisa de branco. Nossa cultura africana é oral."

Pronto para Escrever

Foi alguns anos depois, numa fase complicada da vida de
Fela - que havia perdido a mãe e estava contemplando o suicídio -, que o músico procurou Moore para que viesse "imediatamente" e pronto para escrever.

Durante semanas, Moore ouviu
Fela falar sobre tudo: ideias, visões políticas, confissões pessoais, idiossincrasias e "insights".

O livro registra esse furacão de pensamentos, de ideias ora brilhantes, ora equivocadas, um fluxo de consciência de um artista que não parava de criar e que impunha como poucos sua música e verve política.

RAIO-X
FELA KUTI

Vida
               Saxofonista, pianista, cantor e ativista nigeriano, nasceu em 1938 e morreu em 1997, em consequência da Aids. Usou a música para protestar contra o governo militar da Nigéria e criou uma sociedade alternativas em Lagos, a República Kalakuta

Carreira
               Criador do gênero afrobeat, lançou mais de 70 discos

Música
               Mistura de blues americano, jazz e funk com música africana iorubá. Deixou o legado artístico para os filhos, os músicos Femi e Seun


               
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                                      Folha Ilustrada
Carlos Moore
Esse Informativo de Memória Lélia Gonzalez é enviado a assinantes e à comunidade que luta contra toda forma de racismo e xenofobia. Caso não queira receber mais o Informativo, escreva para podermulher@gmail.com, com o assunto “REMOVER”.

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