Manuel Querino defendia o negro, mas considerava-se um "mestiço".
Este blog é uma homenagem à vida, a obra e as causas do artista, abolicionista, jornalista, líder operário, político, educador, professor de desenho industrial e pesquisador, fundador da historiografia da arte baiana, defensor dos terreiros de Candomblé, inspiração de Pedro Archanjo (protagonista de Tenda dos Milagres) e o primeiro intelectual afro-brasileiro a destacar a contribuição do africano à civilização brasileira. Fornece um crescente acervo de textos de e relacionados a Querino
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
domingo, 2 de dezembro de 2007
"Escotilha de fuga" ou armadilha?
Em 1971, o historiador norte-americano Carl Degler chegou à seguinte conclusão:*
"O ponto relevante é que a 'escotilha de fuga' do mulato...acabou inibindo o avanço dos negros como um grupo [no Brasil]...; o que já foi uma desvantagem [a ausência da ‘escotilha de fuga’] torna-se, em outras circunstâncias, um ganho para o negro nos Estados Unidos, mas justamente o contrário no Brasil. A virulência histórica e profunda do racismo norte-americano serviu para unir os negros, que formaram uma força social efetiva, enquanto a ambigüidade da divisão entre cor e classe no Brasil deixou os negros sem união e sem líderes".
Portanto, eis a questão: Será que Manuel Querino foi vítima da "escotilha de fuga" (segundo alguns estudiosos, uma verdadeira armadilha) que fechava-se para o afrodescendente que se recusava a ignorar ou suprimir seu legado e ancestralidade africanos para ser aceito pela sociedade "branca"?
*Em Neither Black nor White: Slavery and Race Relations in Brazil and the United States (Nem Preto Nem Branco: Escravidão e Relações Raciais no Brasil e nos Estados Unidos, Rio de Janeiro: Editorial Labor do Brasil, 1976)
"O ponto relevante é que a 'escotilha de fuga' do mulato...acabou inibindo o avanço dos negros como um grupo [no Brasil]...; o que já foi uma desvantagem [a ausência da ‘escotilha de fuga’] torna-se, em outras circunstâncias, um ganho para o negro nos Estados Unidos, mas justamente o contrário no Brasil. A virulência histórica e profunda do racismo norte-americano serviu para unir os negros, que formaram uma força social efetiva, enquanto a ambigüidade da divisão entre cor e classe no Brasil deixou os negros sem união e sem líderes".
Portanto, eis a questão: Será que Manuel Querino foi vítima da "escotilha de fuga" (segundo alguns estudiosos, uma verdadeira armadilha) que fechava-se para o afrodescendente que se recusava a ignorar ou suprimir seu legado e ancestralidade africanos para ser aceito pela sociedade "branca"?
*Em Neither Black nor White: Slavery and Race Relations in Brazil and the United States (Nem Preto Nem Branco: Escravidão e Relações Raciais no Brasil e nos Estados Unidos, Rio de Janeiro: Editorial Labor do Brasil, 1976)
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